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Que tipo de dieta traz benefícios aos rins?

Dieta DASH (indicada para redução da pressão alta) e mediterrânea comprovadamente fazem bem ao coração – e esses benefícios podem ser estendidos aos rins

Que tipo de dieta traz benefícios aos rins?
Que tipo de dieta traz benefícios aos rins? – Foto de Krishnajith no Pexels

Dieta não precisa ser uma palavra de cinco letras, das quais lembramos apenas quando percebemos umas dobrinhas a mais ou o decolar do peso da balança. Muito além de ter a meta para perder peso, as dietas ajudam a prevenir doenças cardíacas, derrames e problemas renais. É o que explica a médica nefrologista Dra. Caroline Reigada.

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Novas diretrizes desenvolvidas pela American Heart Association e American College of Cardiology enfatizam que uma dieta saudável e nutritiva pode desempenhar um papel importante na redução do risco de ataque cardíaco e derrame, ao mesmo tempo em que ajuda a “reduzir ou reverter” a obesidade, colesterol alto, diabetes e pressão alta – todos considerados fatores de risco para doenças cardíacas e renais.

Conheça as dietas que possuem benefícios aos rins

“A dieta de padrão mediterrâneo ou a dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) são as mais recomendadas para pacientes que já tem ou querem evitar problemas cardíacos e renais”, acrescenta a nefrologista.

Segundo a médica nefrologista, a alimentação saudável, como a dieta DASH, comprovadamente reduz a formação de pedras nos rins, além de diminuir a chance de diabetes e de pressão alta, grandes vilões para a saúde renal. Mas como, de fato, esse padrão alimentar funciona?

“A dieta DASH é baseada na alta ingestão de frutas, verduras, vegetais, nozes, legumes, laticínios desnatados, grãos integrais e na baixa ingestão de açúcares e carnes vermelhas ou processadas. Nessas dietas, são recomendadas proteínas vegetais ou animais, desde que sejam magras (de preferência peixe)”, explica a Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga.

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Apesar de terem as mesmas bases, a dieta DASH permite mais fontes de proteína de laticínios com baixo teor de gordura e cortes de carne e aves, enquanto a dieta mediterrânea, que não foi criada como uma dieta específica, é um reflexo dos hábitos alimentares comuns nos vários países que fazem fronteira com o Mar Mediterrâneo.

“O consumo diário de proteínas deve ser individualizado e específico, tendo em atenção à idade da pessoa, o gênero, a atividade física, a profissão, o estado de saúde e os objetivos pessoais. As necessidades diárias podem ir de 0,6 a 2g por quilograma ao dia e dependem de vários fatores”, enfatiza a Dra. Marcella.

As médicas enfatizam ser necessário ter atenção com o cardápio quando o paciente é vegano. “Alguns veganos que evitam carne, laticínios e outros produtos de origem animal não estão fazendo seleções inteligentes se encherem seus pratos de frituras ou carboidratos refinados, como pão branco, macarrão, arroz branco e muitos alimentos ultraprocessados”.

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Elas explicam que esses alimentos, em excesso, podem levar ao desenvolvimento de diabetes e problemas como resistência à insulina. O açúcar em excesso acarreta maior inflamação, com consequente risco de diabetes – que é o maior fator de risco para doença renal crônica no mundo.

“O mais importante é ter uma dieta mais variada e equilibrada possível, com boas fontes de gorduras boas, carboidratos complexos (com mais fibras) e, nesse caso, proteínas vegetais, que devem ser combinadas para fornecer os aminoácidos necessários, preferindo sempre os alimentos in natura”, destaca a médica nutróloga.

Dentre os alimentos que beneficiam os rins, a médica nefrologista cita: as frutas cítricas, o melão, o leite, seus derivados e as folhas escuras. Em contrapartida, é fundamental ter controle sobre a quantidade de sódio ingerida. “O sal é a maior causa de hipertensão arterial (pressão alta). Além de causar retenção de líquidos, o sal causa constrição (estreitamento) das arteríolas, com consequente elevação da pressão arterial”, destaca a Dra. Caroline.

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Por fim, a médica nefrologista lembra que doenças metabólicas (obesidade e diabetes) e intestinais (Doença de Crohn, Doença Celíaca e Síndrome do Intestino Curto), que necessitam de orientações alimentares para o seu tratamento, precisam ser tratadas, já que também predispõem quadros de problemas renais. “Uma dieta adequada é fundamental na prevenção dos cálculos, pois a composição da urina está diretamente relacionada com a alimentação”, finaliza.