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Como o organismo reconhece um vício? Medicina do Estilo de vida tem como pilar controle substâncias tóxicas

Na coluna dessa semana, Dra. Carolina Pimentel fala sobre as substâncias tóxicas mais destrutivas e suas atuações no corpo humano

Como o organismo reconhece um vício? Medicina do Estilo de vida tem como pilar controle substâncias tóxicas
Como o organismo reconhece um vício? Medicina do Estilo de vida tem como pilar controle substâncias tóxicas – Freepik

Um indivíduo pode consumir uma variedade de substâncias “tóxicas”, que vão do chocolate às drogas. As cinco mais comuns, e que também são mais propensas a serem destrutivas, são: o tabaco, o álcool, a cannabis, os estimulantes e os opioides.

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Como explica o dicionário, o vício está relacionado ao uso compulsivo de uma substância apesar de consequências negativas, caracterizado pela tolerância e sintomas psicológicos bem definidos sobre abstinência. O vício é uma doença crônica, geralmente derivada de fatores individuais e do ambiente onde a pessoa se encontra. Conforme o site da American Society of Addiction Medicine (ASAM):

“Vício é caracterizado pela inabilidade de se abster constantemente, redução no controle do comportamento, ânsia, redução do reconhecimento ou problemas significativos com seu comportamento e relações interpessoais, e disfunção na resposta emocional. Assim como outras doenças crônicas, o vício envolve ciclos de recaídas e remissão. Sem tratamento ou compromisso com atividades para recuperação, ele é progressivo e pode resultar em incapacidade ou morte prematura”.

Nós temos um circuito cerebral responsável pela resposta a recompensas naturais, como comidas e relações sociais. O vício em drogas, no entanto, também ativa esse caminho de recompensa, causando um aumento na produção de dopamina. Simultaneamente, o cérebro reduz o número de células que respondem à dopamina. Esse fator permite o fenômeno de tolerância que leva a uma necessidade no aumento da quantidade necessária de substância para sentir o mesmo nível de “alegria” gerada pela recompensa.

Todas as drogas configuram vícios?

O autocuidado é essencialmente um conceito amplo, que engloba não se automedicar com drogas e medicamentos. Por isso, o vício em determinadas substâncias é investigado por profissionais de saúde que atuam em medicina do estilo de vida, uma vez que interfere no processo de nos cuidarmos.

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Existem critérios para caracterizar o uso de substâncias como abusivo. No contexto da Dieta do Mediterrâneo, por exemplo, consumir vinho, ou seja, o álcool, durante as refeições e comemorações é comum e faz parte de uma série de hábitos saudáveis dessa população que possui os menores índices de doenças cardíacas.

Fora desse cenário, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o consumo de álcool é um fator causal em mais de 200 doenças e lesões. Está associado ao risco de desenvolvimento de problemas de saúde, tais como distúrbios mentais e comportamentais, incluindo dependência ao álcool, doenças não transmissíveis graves, como cirrose hepática, alguns tipos de câncer e doenças cardiovasculares, bem como lesões resultantes de violência e acidentes de trânsito.

Por isso, é importante ficar atento ao volume consumido de álcool e ao padrão de consumo. O ideal para mulheres adultas é não ultrapassar 3 unidades no dia e 7 unidades em uma semana. Para os homens, não se deve ultrapassar 4 unidades no dia e 14 unidades em uma semana

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E temos ainda outro grande inimigo da saúde. Na verdade, o cigarro é responsável por mais mortes do que a combinação das seguintes causas: álcool, incidentes com armas de fogo, imunodeficiência viral, uso de drogas ilegais e acidentes de veículos motorizados. Outro fator chocante é de que as mortes prematuras decorrentes do consumo de cigarro são até 10 vezes maiores do que as mortes em todas as guerras em que o país esteve.

Conseguir se livrar desses vícios não apenas previne danos futuros, mas pode reparar os danos que já foram feitos! Apoio psiquiátrico e psicológico individuais ou em grupos são as ferramentas básicas para iniciar o processo!

Um grande beijo,
Carol.

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