Medicina do Estilo de Vida: sono regulado é fundamental para uma rotina mais saudável
Na coluna desta semana, a nutricionista Carolina Pimentel esclarece os detalhes de um dos pilares da Medicina do Estilo de Vida: o sono!

Na coluna desta semana, a nutricionista Carolina Pimentel esclarece os detalhes de um dos pilares da Medicina do Estilo de Vida: o sono!
O sono, há muito, intriga a humanidade. Desde tempos remotos, as pessoas questionam sua ocorrência entre os animais, suas funções biopsicossociais e sua relação com o bom funcionamento do organismo.
O sono é um estado de alteração temporária e reversível da consciência e dos movimentos do corpo. A profundidade, o nível do relaxamento dos músculos, a frequência dos batimentos do coração e da respiração são os fatores que determinam, basicamente, a duração do período de sono e sua qualidade. Além disso, ele pode ser dividido em REM ou não REM de acordo com o movimento dos olhos.
Ufa, quanta informação!
Mas, esse reconhecimento da importância do sono na saúde e bem-estar é recente. As primeiras pesquisas datam de 1979 e se concentram em entender os movimentos dos olhos (sono REM), os sonhos e a consolidação das memórias.
Já sabemos, por exemplo, que as causas e as consequências de um bom sono estão relacionadas com a nossa qualidade de vida e, por isso, esse pilar é fundamental para medicina do estilo de vida.
Baseado em evidências científicas, em média, um adulto deve dormir entre 7 e 9 horas, não menos do que 6 e nem mais do que 10. A forma como cada pessoa apresenta tendência ao acordar e dormir mais cedo (matutinos) e acordar e dormir mais tarde (vespertinos) representa um padrão de sono. O pessoal do Mediterrâneo, por exemplo, tem o hábito de também de tirar uma soneca a tarde, a chamada siesta.
Mas, como a grande maioria da população não respeita seus próprios padrões, as queixas de sonolência e/ou insônia a depender do momento do dia que se encontra aumentam consideravelmente em nossos consultórios. A esse fato, estão relacionadas a origem de várias doenças, como as do coração.
A Associação Brasileira do Sono refere que 65% da nossa população tem problemas para dormir e acordar. Os dados revelam ainda que quase a mesma porcentagem (64%) usa aparelhos eletrônicos (TVs, tabletes, celular) antes de dormir. Acho que não é coincidência, não é?
Ver esta publicação no Instagram
Já, outra pesquisa intitulada EPISONO, que há décadas investiga a qualidade e a influência do sono na saúde de voluntários da cidade de São Paulo, mostrou que:
• 42% dos paulistanos roncam (3 ou mais noites na semana);
• 33% são portadores de apneia do sono;
• 45% queixam-se de insônia ou dificuldade para dormir;
• 15% possuem insônia crônica;
• 24% têm pesadelos constantemente;
• 5% tomam remédios para dormir (3 ou mais noites/semana);
• 10% rangem os dentes (3 ou mais noites/semana);
• 9% sentem sonolência durante suas atividades diurnas.
Como a fisiologia do sono é complexa, não podemos julgar sua qualidade só pela duração, mas sim no impacto que o sono tem na qualidade de vida. É provável que quem se queixa do sono tenha uma pior qualidade de vida. Ou seja, se alimentam de forma inadequada e/ou não praticam atividade física e/ou são tabagistas e/ou estressados.
Sono saudável é aquele que atende às demandas individuais, sociais e ambientais, que promovem bem-estar físico e mental e que é caracterizado por satisfação pessoal. Com essas informações, agora podemos dar a devida importância ao nosso momento de descanso! Vou ajudar vocês também com dicas de higiene de sono e outros hábitos saudáveis que nos ajudam a dormir bem e acordar melhor ainda!
Não se esqueçam de enviar suas perguntas e sugestões, e me digam o que vocês fazem para dormir bem. Para mim, tem que ser bem no escurinho e se tiver barulho de mato, passarinhos e ondas do mar. Perfeito!
Um beijo,
Carol.