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Mais do que cansaço: ANEMIA! Sintomas da deficiência e estresse são similares; entenda as diferenças

Na coluna desta semana, Jamar Tejada fala sobre os riscos da anemia para o corpo, as causas e os principais tratamentos para a condição; aprenda

Mais do que cansaço: ANEMIA! Sintomas da deficiência e estresse são similares; entenda as diferenças – Freepik / katemangostar

Que jogue a primeira pedra aquele que não se queixa no final de ano que está esgotado! Eu mesmo sou um que quando chega essa época, estou “só o pó”. Fora o esgotamento físico, o mental derruba com a gente.

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O cansaço é extremo e a causa disso tudo é quase sempre o ano que passou. Mas será que todo esse esgotamento é realmente cansaço ou algo mais sério? Lembro da minha vó falando: “Tem que ver se esse cansaço não é anemia!”. Aliás, ela partiu vítima de uma anemia raríssima. Não podemos tratar com indiferença as mensagens do nosso corpo!

Mais do que cansaço, anemia!

A anemia é uma condição clínica caracterizada pela redução do transporte de oxigênio para os órgãos e tecidos do organismo, que se manifesta em decorrência da redução do número de hemácias, também conhecidas como eritrócitos ou como as “células vermelhas” do sangue e/ou pela deficiência de hemoglobina, que é uma proteína que está presente nas hemácias, responsável por transportar o oxigênio para todos os órgãos e tecidos do organismo. Podemos dizer que a anemia é uma greve de caminhoneiros onde a carga a ser entregue é o oxigênio e o destino é todo nosso organismo!

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Quando o transporte de oxigênio é insuficiente, os tecidos iniciam um processo que chamamos de hipóxia, que desencadeia mecanismos compensatórios, como o aumento do débito e frequência cardíaca, em que o corpo tenta compensar a redução de oxigênio com uma maior velocidade da circulação sanguínea. Desta forma, dentre as possíveis consequências estão o comprometimento do sistema imunológico, a deficiência de crescimento e do desenvolvimento neuropsicomotor em crianças, a redução de desempenho físico e mental em adultos e o aumento do risco de morte em mães e neonatos. Tenso não?

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A anemia é classificada como um sintoma ou manifestação de alterações no equilíbrio do organismo, mas não como uma doença. Na infância, ela é ainda mais preocupante, pois quase todos os tecidos do organismo estão em desenvolvimento e, por isso, precisam de um aporte de oxigênio e nutrientes constantes.

É claro que adultos e idosos também precisam estar atentos ao seu desenvolvimento, visto que esta condição pode contribuir para a manifestação de diversas doenças. Atualmente, estima-se que a prevalência de anemia em brasileiros adultos e idosos seja de aproximadamente 9,9%, sendo mais comum em mulheres em idade fértil, que devido ao período menstrual, têm uma maior predisposição, o que pode reduzir seu desempenho físico e cognitivo.

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O risco de desenvolver anemia aumenta durante a gestação é grande, já que há uma maior demanda de nutrientes e oxigênio para o organismo e durante o aleitamento – períodos que exigem atenção redobrada, pois podem comprometer tanto a saúde da mãe como do bebê.  A idade também interfere. O risco de desenvolver anemias aumenta após os 65 anos de idade, tanto em homens quanto em mulheres. 

Os sintomas mais comuns da anemia incluem cansaço, fraqueza muscular, falta de apetite, tonturas, palidez, falta de ar ou respiração encurtada, palpitação, taquicardia e falta de memória, sintomas que podem aumentar durante a prática de atividade física onde se exige ainda mais oxigênio. Sintomas similares com quem sofre por estresse!

Quais as causas e os tratamentos mais comuns para a anemia ?

Primeiro devemos ter em mente que não se trata “da anemia”, e sim do tipo de anemia, que abrange diferentes transtornos que resultam no transporte deficiente de oxigênio para os tecidos. As causas podem variar de acordo com o tipo a que se refere, na qual o diagnóstico é feito com base na avaliação clínica e nos resultados de parâmetros laboratoriais analisados a partir de amostras de sangue. O tratamento que pode variar.

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A anemia aguda é aquela que se desenvolve rapidamente, geralmente como resultado de uma perda acentuada de sangue como período menstrual, parasitoses intestinais, procedimentos cirúrgicos e sangramentos gastrointestinais, muitas vezes silenciosos. Perdas de sangue como as hemorragias por traumas também podem desencadear um quadro de anemia.

Já as anemias crônicas têm um desenvolvimento mais lento e exigem uma investigação mais minuciosa. Elas podem ser decorrentes de uma condição genética, como a anemia falciforme e as talassemias, ou por deficiências nutricionais por ingestão insuficiente ou má absorção de alguns nutrientes como o ferro e a vitamina B12.

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Tipos mais comuns de anemia:

Anemia ferropriva ou anemia ferropênica – É  o tipo mais comum de anemia, desencadeada pela deficiência de ferro. O ferro é um dos elementos que constitui a hemoglobina, sendo o responsável pela interação do oxigênio com essa molécula. Além de sangramentos crônicos e infecções, a anemia ferropriva pode estar associada à deficiência nutricional de ferro, tanto devido ao consumo insuficiente de fontes alimentares que contenham esse mineral ou por uma absorção prejudicada do mesmo. A absorção de ferro pode ser prejudicada por diversos fatores, tais como procedimentos cirúrgicos no sistema gastrointestinal (como a cirurgia bariática), doença celíaca ou o uso excessivo de fármacos inibidores da bomba de prótons, por exemplo, o omeprazol.

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Dentre os alimentos ricos em ferro, destacam-se as leguminosas e os vegetais de cor verde escuro, o feijão e as carnes. Importante destacar que o ferro presente nos alimentos de origem animal está na forma de “heme” (ou íon ferroso Fe²⁺), sendo mais bem absorvido pelo organismo. A ingestão concomitante de ácido ascórbico (vitamina C) pode melhorar a absorção do ferro, uma vez que reduz o íon férrico a íon ferroso (melhor absorvido). A suplementação de ferro também é bem-vinda desde que feita sob acompanhamento profissional, uma vez que o excesso de ferro também pode ser prejudicial.

Anemia megaloblástica – Anemia comum em indivíduos que tem uma nutrição deficiente, manifestando-se em decorrência da redução dos níveis de vitamina B12 (ou cobalamina) ou de ácido fólico (também chamado de folato ou vitamina B9) no organismo. Esses dois nutrientes são muito importantes para a hematopoiese (processo de divisão, diferenciação e maturação celular das hemácias), e a sua deficiência leva à produção de células maiores do que o normal – daí o nome megaloblástica.

Como a vitamina B12 é encontrada em maior quantidade em alimentos de origem animal, suprir as necessidades endógenas desse nutriente costuma ser um desafio para quem opta por uma dieta vegana, exigindo uma suplementação reforçada. Além disso, algumas doenças podem prejudicar a absorção dessa vitamina. É o caso das doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn e doença celíaca, algumas infecções, desequilíbrio da microbiota intestinal e até mesmo em decorrência de cirurgias bariátricas.

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Quanto à anemia megaloblástica causada por deficiência da B12, existe ainda um tipo particular que é chamado de anemia perniciosa, associada a alterações genéticas ou a reações autoimunes. Esta é desencadeada pela deficiência de uma proteína secretada no estômago e a qual a vitamina B12 se liga para ser absorvida – denominada de fator intrínseco. 

O ácido fólico é abundante em folhas verdes escuras, como espinafre e a couve. Outras fontes alimentares são o feijão branco, aspargos, couve de bruxelas, soja e seus derivados, brócolis, melão, laranja, fígado, peixes, salsinha e beterraba crua. Mas além da alimentação deficitária, a anemia megaloblástica decorrente da deficiência de ácido fólico também pode ser provocada por doenças intestinais que alterem a absorção desse nutriente, assim como alcoolismo e uso de alguns medicamentos.

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A necessidade de ácido fólico aumenta durante a gestação, por isso a indicação de suplementação nessa fase, sobretudo durante os três primeiros meses, que representam um período importante na formação e fechamento do tubo neural. A deficiência de folato neste período implica um prejuízo no desenvolvimento fetal, podendo resultar tanto em defeitos na formação do tubo neural e das fendas orofaciais, quanto no desenvolvimento de outras doenças do neurodesenvolvimento. Assim, diversos estudos comprovam que a suplementação de ácido fólico nessa fase melhora não só a saúde da gestante como também é importante para um desenvolvimento saudável do feto. Além disso, estudos recentes relatam que a suplementação da forma ativada do ácido fólico (o 5-metil tetrahidrofolato) pode ser ainda mais vantajosa, principalmente nos casos em que há algum tipo de comprometimento do metabolismo hepático.

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Anemia falciforme – Anemia de causa genética caracterizada pela alteração na conformação da molécula da hemoglobina e, como consequência, pela produção de hemácias em formato de foice (que justifica o termo falciforme). Essa alteração estrutural compromete a flexibilidade das hemácias, dificultando o acesso aos microvasos e levando ao encaminhamento precoce destas células para degradação. Essa condição genética é mais comum em populações de descendência africana, sendo uma das doenças hereditárias mais prevalentes no Brasil.

Talassemia- Esse é outro tipo de anemia crônica de origem genética. Ocorre quando o indivíduo tem cópias defeituosas do gene que codifica a cadeia α (alfa talassemia) ou β (beta talassemia) da hemoglobina. Dependendo da gravidade de apresentação clínica, pode ser necessária uma rotina de transfusões sanguíneas para o manejo da talassemia.

Anemia de doença crônica – Essa é uma anemia associada a doenças inflamatórias crônicas, como artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, infecções, insuficiência renal crônica e carcinomas. Esse é o segundo tipo mais prevalente de anemia, atrás apenas da anemia ferropriva. Como a etiologia é bastante diversa (variando conforme a doença de base), seu manejo clínico também é bastante variável.

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Anemia sideroblástica – Esse tipo de anemia abrange um grupo de disfunções na via das porfirinas. A porfirina participa da captação de ferro pelas células e estas disfunções levam ao acúmulo de ferro intracelular. As causas da anemia sideroblástica podem ser hereditárias (genéticas), ambientais (quando há exposição a metais pesados, como o chumbo), podem surgrir pelo uso de medicamentos ou álcool ou, ainda, por uma síndrome mielodisplásica.

Visto que os tipos mais comuns de anemias estão associados a deficiências de ferro, a vitamina B12 e/ou ácido fólico, a boa alimentação aliada a suplementação correta pode ser a cura não só para essa, mas como para muitos males. Nem sempre o estresse do dia a dia é o culpado de todos os problemas de saúde, pelo menos não todos! Investigue esse cansaço extremo, procure seu médico, faça seu check up e lembre-se que o primeiro passo para a cura é descobrir qual é a doença!


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