Quem se alimenta bem deve abrir mão de nutracêuticos?
Muitos nutracêuticos têm ação direta sobre a pele e cabelos, você sabia? Fora outros benefícios! Na coluna de hoje, Jamar Tejada esclarece se alimentação saudável é o bastante ou não para suprir a necessidade dos nutracêuticos
Muitas pessoas falam que não precisam tomar nutracêuticos porque tem uma alimentação equilibrada. Mas, será que a alimentação nos dias de hoje garante a nossa saúde?
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Uma pesquisa recente revelou que grande parte dos americanos que consomem suplementos multivitamínicos não tem os benefícios esperados e que não há evidência científica suficiente para justificar o consumo de boa parte dos suplementos.
Então, baseados nessa pesquisa, devemos abrir mão dos nutracêuticos?
Primeiramente precisamos entender o que são nutracêuticos. Esse termo criado pelo Dr. Stephen DeFelice, em 1989, o definiu como: alimentos – ou parte de alimentos – que promovem benefícios à saúde, incluindo a prevenção e o tratamento de doenças.
Também são compostos bioativos isolados, extraídos de vegetais, fungos e até mesmo animais, que passam por testes de biodisponibilidade, citotoxicidade e absorção, entre outros, para depois serem vendidos na forma de cápsulas, comprimidos, sachês, pós, tabletes e suplementos dietéticos em drogarias e farmácias de manipulação – e que possuem o potencial de promover a saúde, prevenir e/ou tratar doenças.
Nutracêutico x suplemento alimentar
A diferença de um nutracêutico para um suplemento alimentar é que ele não só complementa a dieta, mas também potencializa a alimentação de maneira equilibrada e correta, com nutrientes essenciais como vitaminas, minerais, proteínas, entre outros. E, de quebra, ainda atua na prevenção e ou tratamento de uma ou mais doenças.
Vou citar alguns exemplos bem conhecidos de nutracêuticos, onde o alimento pode ser encontrado e seu benefício já estudado:
A vitamina B12 e o ácido fólico, presentes em alimentos de origem animal e verduras verdes escuras, respectivamente, podem prevenir a esteatose hepática não alcoólica e melhoras quadros já existentes, assim como podem atrasar a progressão da doença. Já a coenzima Q10 – encontrada em carnes, peixes e em pequenas quantidades em cereais melhora a saúde vascular e diminui a rigidez dos vasos sanguíneos que costumam evoluir com o envelhecimento.
O licopeno presente na melancia, goiaba e tomate, reduz o risco de doenças cardiovasculares e ajuda na proteção contra o câncer;
Os probióticos, encontrados nos leites fermentados e iogurtes, são importantes para o bom funcionamento do intestino e redução do risco de câncer de intestino;
As catequinas, presentes nos chás verde e preto, possuem ação antioxidante, além de inibirem a formação de placas de gordura no sangue (ateromas);
Os tocotrienois, que são tipos de vitamina E e que estão presentes em fontes como o urucum e que têm sido estudados no tratamento de várias doenças – como a doença pulmonar obstrutiva crônica e até mesmo alguns tipos de câncer, incluindo o de mama.
Muitos nutracêuticos têm ação direta sobre a pele e cabelos. Entre os mais utilizados encontram-se:
O silício orgânico que atua na regeneração celular, no estímulo à síntese das fibras de sustentação que ajudam a manter a firmeza da pele e também na reposição dos minerais perdidos pelos ossos, para que se mantenham fortes;
Entre alguns alimentos que possuem o silício orgânico estão a aveia, maçã, laranja, manga, banana, repolho cru, cenoura, beterraba, agrião, cebola, pepino, abóbora e os cereais como o arroz, milho, aveia, cevada e soja, peixes, farelo de trigo, água com gás, amendoim e amêndoas;
O selênio ameniza os danos causados pelos raios ultravioletas, enquanto o ômega 3 é bom para estimular a produção de colágeno, para o cérebro, olhos, entre outros;
Para queda de cabelos e unhas fracas estão indicados produtos que contenham biotina, zinco, selênio, cobre, vitaminas A e C;
O Picnogenol, derivado da casca de uma árvore (Pinus Maritima), com poderosa ação antioxidante assim como o Polipodium Leucotomos, derivado de uma planta muito comum na América Central, atuam diminuindo o impacto dos raios UV na pele e prevenem melasma, lúpus ou vitiligo. Além disso, contêm carotenoides e flavonoides que além de ajudar a proteger do sol também manter o bronzeado;
Quando o assunto é colágeno são indicados os peptídeos de colágeno, além de vitamina C, selênio, silício, arginina, carotenoides e flavonoides. Podem ser utilizadas também substâncias com ação antiglicante, que evitam a glicação, processo de produção dos A.G.E (Aging Glycation End Products) que em excesso proporcionam a perda da elasticidade e rugas;
Hidratação da pele em dermatite atópica, psoríase, pele seca pós menopausa – São indicados os fosfolípides de caviar (ricos em ômega 3) e óleo de boragem (rico em ômega 6);
Acne e Rosácea – Nessas condições é indicada a niacinamida (vitamina B3) que ajuda a controlar a produção sebácea, além do ácido fólico e zinco e cobre.
Por fim, é válido ressaltar que eles são adjuvantes do tratamento dermatológico, devem ser acompanhados de outros tratamentos e/ou cuidados para otimização dos resultados e sempre acompanhados por um médico.
A conclusão da pesquisa realizada citada no início do texto – e que levou muitos a dúvida da suplementação – é que os suplementos alimentares, assim como nutracêuticos, não substituem hábitos de vida saudáveis, mas isso todo mundo sabe.
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Uma boa alimentação aliada à prática de exercícios físicos é a base de tudo. No entanto, no caso de vários nutrientes, pode ser difícil consumir quantidades suficientes para garantir os efeitos sobre a prevenção e tratamento de algumas doenças, daí que entram os suplementos nutracêuticos.
OK, mas, se você ainda discorda – já que acredita ter a alimentação mais equilibrada possível – eu vou te dar um exemplo simples: Através de estudos científicos constatou-se que o licopeno, encontrado no tomate como citado anteriormente, pode reduzir em média 24% o risco de câncer de próstata, mas para atingir a quantia de licopeno que garanta essa proteção você deve consumir pelo menos 5 tomates todos os dias. Você come 5 tomates ao dia?
Certamente você já ouviu que beber vinho faz bem para a saúde…
Isso acontece devido à presença do resveratrol – um composto encontrado nas uvas e em algumas outras plantas – que tem sido reconhecido pela sua potente ação antioxidante, auxiliando principalmente na saúde cardiovascular, cerebral e na longevidade.
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O resveratrol é um composto produzido pelas plantas com função de defesa, logo predomina nas cascas. Por isso, produtos derivados da uva (como o vinho) são ricos em resveratrol, até porque o processo de fermentação garante ainda maior dose desse elemento. Mas, nem toda uva produz a mesma quantidade de resveratrol, prevalecendo uma maior quantidade nos vinhos tintos.
Uma dose usual de resveratrol em cápsula varia de 5 a 250 mg ao dia.
Então, quantas taças seriam necessárias beber para ingerir cerca de 50 mg de resveratrol?
Quem se alimenta bem deve abrir mão de nutracêuticos? – ACERVO PESSOAL/ TEJARD
Bom, agora se você não está disposto a beber 123 taças de vinho tinto Pinot Noir e nem a comer 5 tomates ao dia, você pode tomar 1 cápsula contendo as duas substâncias.
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O problema não está nas cápsulas de nutracêuticos, de forma alguma, mas na consciência de cada um, o que difere o medicamento do veneno é a dose.
Na melhor das hipóteses, consumir quantidades muito além do necessário é um desperdício, pois possivelmente nem será absorvido ou então será rapidamente eliminado do organismo. Assim como, na pior das hipóteses, esse nutriente pode se acumular no corpo e desencadear um quadro de intoxicação.
Os suplementos nutracêuticos tem potencial de complementar uma alimentação já saudável, mas nunca de substituí-la.
Bom senso é a melhor fórmula a ser associada à saúde!
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