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Reforma íntima: a difícil mudança NECESSÁRIA para nosso progresso interior

Na coluna desta semana, Jamar Tejada traz um assunto importante, fácil de falar e difícil de aplicar, que pede atenção: a reforma íntima

Reforma íntima: a difícil mudança NECESSÁRIA para nosso progresso interior
Reforma íntima: a difícil mudança NECESSÁRIA para nosso progresso interior – Reprodução/ jundiagora

Reforma íntima, vamos falar sobre ela?

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Se tem uma coisa que a idade tem me trazido são momentos de reflexão. Sejam reflexões sobre minhas atitudes, ou até sobre meus pensamentos. Com essa reflexão, venho observando, não apenas coisas sobre mim, mas sobre os que estão ao meu redor. Se isso é bom, não sei! Quando observamos demais, acabamos vendo coisas além do que queremos e percebendo erros. Esses erros precisam ser reparados – ou, pelo menos, assim deveria ser. Só assim é possível crescer como indivíduo, mesmo quando a inércia parece tão mais conveniente a ser seguida.

Sem mascarar sentimentos

Sentimentos de raiva, inveja, antipatia, amargura, desilusão, ingratidão, mágoa, solidão, tédio, vergonha, medo, vulnerabilidade, posse, luto, ira, são alguns dos sentimentos que habitam nosso ser. Esses sentimentos, nós tentamos mascarar para os outros e até pra nós mesmos. Acreditamos ser mais fácil esconder do que enfrentar, pois, na maioria das vezes, não acreditamos no nosso poder de transformação. Entretanto, é justamente nesse confronto que está a chave da liberdade. No desbloqueio desses nossos conflitos internos que nos mantêm reféns diante da vida.

Anulamos qualquer emoção que julgamos não ser aceita, negando para nós mesmos esses sentimentos: ‘‘Eu não tenho medo”, “eu não sinto inveja”, etc, mostrando ao mundo uma imagem distorcida e maquiada daquilo que realmente somos.

O fato é que somos todos os grandes atores. Vestimos máscaras desde o dia em que nos percebemos como indivíduos, ainda bebês, quando choramos por alimento ou fazemos cara de piedade quando necessitamos atenção. As máscaras fazem parte do nosso “eu”. Não existe quem seja totalmente bom ou totalmente mal, elas existem para cobrir essas duas faces. Até quando somos “bonzinhos” demais tentamos encobrir, para que não nos explorem!

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Reforma íntima

Apesar de muitos esconderem sua verdadeira face, estamos vivendo em uma época de desiquilíbrio. Nessa era, o lado mal tem se mostrado cada vez mais, sem pudor, sem vergonha. Percebemos essa mudança com a pandemia, que deveria ser uma fase de união e se mostrou uma época de individualidade, cada um por si! E, é claro, a guerra que surgiu e parece não ter mais fim quando o mundo atravessa um período de reestruturação.

Não conseguimos mudar os sentimentos dos outros, mas somos responsáveis pelos nossos! Cabe a nós resolver nossos problemas íntimos com maturidade, responsabilidade e aceitação. Essas são ferramentas básicas para a construção de alicerces mais fortes, para um maior nível de lucidez e crescimento, ferramentas básicas para nossa a reforma íntima.

Como toda reforma, precisamos detalhar o que precisa ser mudado e não manter as falhas escondidas de nós mesmos. Aceitar os sentimentos que surgem do nosso lado sombrio, para que possamos nos ver como realmente somos, talvez seja o primeiro passo. E não é fácil essa aceitação, mas tenha certeza que escondê-la de si mesmo, assim como dos outros, dispensa muito mais energia que a marretada para mudá-la.
Essa marretada existencial, que transforma quem somos, pode até ter ajuda do outro, mas o engenheiro responsável pela obra somos nós mesmos. Não permita que o outro, ou outros, assuma sua marreta e, principalmente, que decida como deve ser moldado, pois isso é aceitar ser impotente frente à sua própria vida. É aceitar o seu atraso evolutivo!

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A maneira como os outros nos percebem tem grande influência sobre nós e, na maioria das vezes, permitimos que nossa personalidade acabe sendo construída sobre tal. Você já deixou de vestir o que queria por comentários maldosos dos “amigos”?

Abre mão de suas crenças por vergonha de ser visto como louco? Desistiu de sua carreira dos sonhos por pais opressores? Deixou de encontrar os amigos por um cônjuge dominador? Esses são só alguns exemplos de situações que modificam nossas posturas diante de nossas vidas. Em um primeiro momento, todas elas parecem até pequenas, mas quanto mais aceitamos as máscaras que nos colocam, mais sufocamos o respirar do nosso verdadeiro eu!

O saber dizer “não” é um poderoso exercício!

Também não podemos colocar a responsabilidade do nosso lado negro sobre o outro. Primeiro, porque essa máscara de vítima já é um defeito a ser modificado. Segundo, porque se você permite que esse sentimento negativo imposto pelos outros cresça aí dentro, é porque você mesmo o alimenta.

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Aceite sua porção amarga, sem fugas para novo local, emprego ou novos afetos, porque isso não é cura.

Abandone as falsas aparências e canalize sua energia. Faça uma catarse dos fluxos negativos! As nossas ações atraem as correntes elétricas que circulam em nossa alma. Logo, a auto-observação e a autoanálise dessas ações, assim como o produto delas, são, ao mesmo tempo, protetoras de negatividade e educadoras do nosso progresso como indivíduos.

Não se engane achando que ilude os outros pela aparência!

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Por mais que você lustre a maçã, se ela não for boa, descobrirão na primeira mordida! O fruto é realmente bom quando as raízes são fortes e a seiva é bem conduzida! Corte os galhos podres, oriente suas energias, tanto a positiva, quanto a negativa, canalizada em equilíbrio!

Nunca é tarde para se reformar, nunca é tarde para se permitir ser melhor e viver em harmonia!

Tejard.