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Emagrecimento e autossabotagem: por que os dois estão (quase) sempre interligados?

Na coluna desta semana, Jamar Tejada fala sobre o perigo de ligar o emagrecimento ao sentimento de recompensa e reforça: “a perda de peso não deve ser o objetivo, mas, sim, o equilíbrio da mente. O peso é consequência”.

Emagrecimento e autossabotagem: por que os dois estão (quase) sempre interligados?
Emagrecimento e autossabotagem: por que os dois estão (quase) sempre interligados?

Emagrecer! Raridade quem nunca teve esse verbo como meta, mesmo que essa meta seja, pela grande maioria, ligada à palavra ‘sofrimento’.

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Não me lembro de alguém falar sobre emagrecimento sorrindo. Parece que o sofrer é condição sine qua non (indispensável) na busca dessa conquista.

Mas, por que querer estar magro? Porque curte elogios, ou porque quer impressionar alguém, porque sente os olhares maldosos e fofoqueiros do pessoal do trabalho, porque sofre bullying dos próprios pais, ou simplesmente porque tem uma data especial chegando, uma festa de formatura, um casamento, uma programação de praia com amigos… Enfim, os motivos podem ser muitos e raros os que buscam emagrecimento com o simples propósito de saúde e qualidade de vida.

Seja qual for o motivo, dolorosos ou não, o emagrecimento é visto como recompensa.

O problema é que essa associação pode ser perigosa, pois lá dentro da nossa cabecinha entendemos que a recompensa está ligada a batalha, a dureza e até mesmo a dor! Daí, tudo aquilo que nos traz uma mensagem ligada ao prazer, pode ser interpretado como obstáculo ao nosso objetivo. Ou cortamos o que interpretamos como mal pela raiz ou então nos sabotamos passando mensagens mentirosas ao nosso consciente, mesmo sabendo que se trata de uma mentira.

Emagrecimento e autossabotagem

O consumo de alimentos está relacionado a diversos fatores, como, principalmente o funcionamento da engrenagem dentro das células do nosso corpo, que proporcionam energia vital ao prazer que eles nos trazem. Quando cortamos alimentos, sejam eles um chocolate, uma coxinha, um pãozinho de queijo ou mesmo um prato de salada, estamos lhes responsabilizando pelos nossos medos e frustrações e aí invertemos o jogo.

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E para poder aceitar aquela barra de chocolate preciso sofrer o dobro ou então apertar mais o cinto na dieta e tudo isso precisa ser recompensado com um prêmio.

Como não somos bobos e sabemos que quanto maior for o prêmio – o que não deveria ser comido – maior deverá ser o esforço, se esse prêmio não for lá grande coisa, o esforço também não deverá ser. Logo, a solução encontrada é muito simples: transformamos a barra de chocolate em barrinha, o saco de pão em pãozinho, o bolo em bolinho… Assim, como aumentamos o esforço, transformamos o lance de escadas em aquele enorme lance de escadas, a corridinha em corrida…

Minimizamos de um lado e maximizamos de outro! Daí a conta fecha, afinal o acerto de contas sempre é feito entre nós e nossa própria consciência. Por um lado, a consciência diz: “Eu mereço” e por outro “O que eu fiz, meu Deus?”.

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O problema não está no alimento, mas no comportamento e ainda pior se esse “alimento” não alimenta, ou seja, for pobre em nutrientes e rico em oxidantes e toxinas.

Enquanto continuarmos nos enganando, a recompensa não vem

E não estou falando da fatia de bolo de chocolate, estou falando do emagrecimento. Mudar padrões não é tarefa fácil!

É muito mais fácil nos sabotarmos do que encararmos os desafios. É muito mais fácil acreditar que maximizamos o esforço do que diminuí-lo. É na mudança de comportamento, no olhar pra dentro, que está o maior desafio e a chave para o sucesso.

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Não adianta pagar profissionais de saúde, entupir seu corpo de medicamentos e estar matriculado na melhor academia se você continuar criando armadilhas contra você mesmo.

O pior é que sabemos que estamos nos enganando e a culpa é o pior dos castigos. Ela gera frustração, que nos leva a mais ansiedade, que nos leva a mais deslizes, a mais autossabotagens e, na maioria dos casos, até mesmo à depressão, gerando um processo em cascata.

 

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Uma publicação compartilhada por Jamar Tejada (@tejard)

Equilíbrio, equilíbrio, equilíbrio…

Para se obter resultados é preciso, acima de tudo, equilíbrio: fácil de escrever e ler, tão difícil de se conquistar.

Esse equilíbrio vem, primeiramente, através da autoavaliação de nosso comportamento, de autocrítica, da autoaceitação, DEPOIS do querer agir e, por fim, dar os primeiros passos.

A perda de peso não deve ser o objetivo. O objetivo deve ser o equilíbrio da mente. O peso é consequência. Uma mente em paz, com nitidez dos medos e frustrações é a maior alavancadora de uma vida plena e mais feliz.

Boa sorte em sua trajetória!

Tejard.