A campanha Janeiro Branco busca direcionar o olhar das pessoas para a saúde mental e sua manutenção diária; confira sugestões de especialista
No Brasil, cerca de 20% da população sofre de alguma doença mental, como depressão e ansiedade. Com esse cenário, a campanha Janeiro Branco busca enfatizar a importância da saúde mental da população, visando quebrar o tabu e promover discussões sobre o tema.
A OMS também aponta que a América Latina tem a maior prevalência de doenças mentais e o maior número de casos de ansiedade em todo o mundo, com 9,3% da população acometida. São classificadas como doenças mentais aquelas que apresentam sintomas depressivos, estados de ansiedade, irritabilidade, fadiga, insônia, problemas de memória e concentração.
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Segundo o consultor internacional em saúde mental e qualidade de vida Ricardo Massola, o Janeiro Branco é importante na conscientização e na busca por ajuda profissional. “Temos a cultura de sermos workaholics, ou seja, vivemos em uma neurose ocupacional em que achamos que devemos estar sempre ocupados. Com isso, muitas pessoas acabam não procurando profissionais especializados, como os psicólogos e os psiquiatras”, afirma.
Além disso, Massola também ressalta que mesmo uma pessoa sob tratamento de um transtorno mental, como a depressão, pode ter uma boa saúde mental. Ele ressalta ainda que o fato da pessoa não ter uma doença mental, necessariamente, não representa que ela possa ser considerada mentalmente saudável, já que a condição depende da adoção de hábitos saudáveis realizados de maneira cotidiana. A seguir, Ricardo Massola lista atitudes para cuidar e promover a saúde mental.
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Como explica Massola, um dos maiores erros que podem ser cometidos é achar que corpo e mente são coisas separadas. “Exercitar o corpo é também cuidar da mente. A atividade física dá maior foco, motivação e gera a sensação de dever cumprido. Além disso, é uma excelente maneira de fazer algo divertido. Se gostar de caminhar, caminhe. Se gosta de ir para a academia, vá para a academia. O importante é inserir mais movimentos no dia a dia”, explica.
Atividades como meditação, técnicas de respiração e Yoga são alguns exemplos de exercícios que acalmam a mente e reduzem o estresse. Massola diz que “incorporar uma dessas técnicas nos hábitos do dia a dia ajuda o corpo a criar maior resiliência física e mental através da redução da pressão arterial, dos batimentos cardíacos e da concentração do hormônio associado ao estresse, chamado de cortisol”.
Uma boa rotina de sono é, sem dúvida, uma das maiores armas para uma boa saúde mental e precisa ser valorizada. “Planeje-se para dormir entre 7 e 9 horas por dia. Você pode praticar atividades de relaxamento antes de dormir, como meditar, o que ajudará na qualidade do sono. Estabelecer certos rituais, como tomar um chá antes de dormir, também ajudam a sua mente a entender que está na hora de deitar”, ressalta Massola.
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O consultor em saúde mental defende que se manter próximo daqueles que você ama é o melhor caminho. “Fale com quem você ama e procure pelo suporte e encorajamento deles quando estiver lutando contra algum problema. Praticar a gratidão e falar para as pessoas o quanto elas te ajudaram é uma das melhores ferramentas para uma forte saúde mental”, explica o especialista.
É possível fortalecer a saúde mental através de bons hábitos que trarão maior resiliência, mas muitos fatores que causam problemas mentais estão normalmente fora de alcance, como questões sociais e econômicas. O consultor Ricardo Massola também acrescenta que, por isso, cabe cobrar as autoridades competentes por melhores condições de vida, emprego, educação, segurança e também como promover a saúde mental para jovens e adolescentes.
Sobre Ricardo Massola: professor, consultor e palestrante internacional nas áreas de saúde mental e física na vida pessoal e no trabalho, Massola é especialista em fatores humanos (Universidade da Califórnia, Berkeley), mestre em qualidade de vida e bem-estar no trabalho (Unicamp), fisioterapeuta (PUC-Campinas) e CEO da PhD, empresa internacional de gestão em ergonomia que fornece serviços de saúde corporativa. Além da formação acadêmica, Ricardo tem vivência como monge budista na Tailândia, o que o motivou a seguir uma carreira pautada em promover o bem-estar.
