Sim, há um fator genético envolvido na perda do olfato e paladar pela Covid-19; confira
Um estudo mostrou que há um fator de risco genético que pode explicar por que algumas pessoas perdem o olfato e o paladar quando são infectadas com Covid-19
Um estudo mostrou que há um fator de risco genético que pode explicar por que algumas pessoas perdem o olfato e o paladar quando são infectadas com Covid-19
Por que será que algumas pessoas infectadas pelo vírus causador do Covid-19 perdem o olfato o paladar? Um estudo publicado na Nature Genetics afirmou que há um fator de risco genético que pode explicar isso. Esse é um dos sintomas mais comuns de quem pega a doença, no Brasil.
“A causa exata relacionada ao COVID-19 ainda é desconhecida, mas os pesquisadores acreditam que pode ser devido a danos em uma parte do nariz chamada epitélio olfativo. Mas como passamos da infecção para a perda de olfato ainda não estava claro. Os pesquisadores descobriram que um local próximo a dois genes olfativos – UGT2A1 e UGT2A2 – está associado à perda de olfato e paladar do COVID-19. O fator de risco genético torna 11% mais provável que uma pessoa com COVID-19 perca o olfato ou paladar”, explica o geneticista Dr. Marcelo Sady.
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Segundo a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, a ageusia (perda completa do paladar) ou a hipogeusia (perda parcial) associadas ou não com a anosmia (perda do olfato) são sintomas muito comuns e geralmente transitórios da Covid-19. No início da pandemia, alguns relatos científicos descrevem que os sintomas estavam presentes em pelo menos 2/3 dos casos.
“A ausência do apetite pode se agravar com a perda do paladar, porém o estado geral é o principal fator que compromete o apetite. Toda doença infecciosa com piora do estado geral, períodos de febre e sintomas respiratórios (como falta de ar) pode ter impactos negativos na ingestão alimentar. Com a perda do olfato e do paladar esse comprometimento é ainda maior”, explica a especialista.
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O Dr. Marcelo diz que dados iniciais sugerem que as células de suporte do epitélio olfativo são as que mais estão sendo infectadas pelo vírus, e presumivelmente isso leva à morte dos próprios neurônios. A pesquisa analisou dados de quase 70.000 pessoas que participaram de pesquisas online depois de receber um teste positivo de coronavírus. Entre esses, 68% relataram perda de olfato ou paladar como sintoma.
A equipe do estudo comparou as diferenças genéticas entre aqueles que perderam o olfato e paladar e aqueles que não perderam. “A equipe de pesquisa também descobriu que as mulheres eram 11% mais propensas do que os homens a relatar perda de olfato e paladar. Cerca de 73% daqueles que relataram perda de olfato e paladar tinham idades entre 26 e 35 anos”, diz o geneticista.
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Os pesquisadores não têm certeza de como os genes estão envolvidos, embora suspeitem que as células infectadas possam levar à perda do olfato. Normalmente, os genes são expressos no tecido dentro do nariz envolvido com o cheiro e desempenham um papel no processamento de coisas que têm odor. Para usar as descobertas, os pesquisadores precisam aprender mais sobre os genes, como eles são expressos e quais são suas funções.
A expectativa é a de que as descobertas podem ajudar a levar a tratamentos mais certeiros. Para casos que não se resolvem em 2 ou 3 semanas após a cura, o geneticista explica que o melhor a fazer é procurar um médico otorrinolaringologista e também um neurologista. A médica Dra. Marcella Garcez ressalta que nesse período de sintomas é melhor manter uma dieta saudável, que traga bons nutrientes e conforto físico.
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“O uso de ervas aromáticas e especiarias para acentuar os sabores e aromas pode ser uma ótima estratégia. Pimentas também podem ser utilizadas, sem exageros. O sal e o açúcar devem ter toda a atenção, pois seu consumo não deve ser aumentado por causa da falta de paladar, já que o exagero na ingestão está ligado à piora das funções circulatórias”, finaliza.