Segunda da sabedoria: Krishnamurti

Defendeu uma urgente mudança na sociedade, o que, segundo ele, só poderia acontecer por meio da tomada de consciência individual e da prática do autoconhecimento. – Reprodução

Jiddu Krishnamurti, mestre espiritual e pensador indiano,
nasceu em Madanapalle, em 1895. Aos 13 anos, enquanto brincava em uma praia
próxima a sua cidade natal, um membro da Sociedade Teosófica observou no jovem
uma aura iluminada. Depois de pedir licença a seu pai, levou o pequeno Jiddu a Londres,
onde ficava a sede da organização, que a partir daí assumiu a responsabilidade
por sua educação. Aos 29 anos, percebendo que o objetivo era transformálo em um messias, o rapaz rompeu com a entidade, voltou para a
Índia e começou a divulgar seus pontos de vista. As palavras e os escritos de
Krishnamurti não estão ligados a nenhuma religião nem às tradições de Oriente e
Ocidente. Como ele preferia, pertencem ao mundo: “Afirmo que a Verdade é uma
terra sem caminho. O homem não pode atingi-la por intermédio de nenhuma organização, de nenhum credo. (…) Tem de encontrá-la através
do espelho do relacionamento, através da compreensão dos conteúdos de sua
própria mente, através da observação”, disse Krishnamurti.
O
pensador sempre atraiu multidões de seguidores por todo o mundo, mas, como fez
na juventude, recusou se investir de qualquer tipo de autoridade, acreditando que
cada pessoa é seu próprio mestre e discípulo. Defendeu uma urgente mudança na
sociedade, o que, segundo ele, só poderia acontecer por meio da tomada de
consciência individual e da prática do autoconhecimento. Krishnamurti
salientava a necessidade do aprofundamento da consciência, segundo ele “um
vasto espaço que existe no cérebro onde há inimaginável energia”. Depois de ter
viajado por todo o mundo, Krishnamurti morreu aos 90 anos, em 17 de fevereiro de
1986. Seus diários, palestras e outros escritos ficaram registrados em mais de
60 livros.