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Chico Xavier escreveu mais de 400 livros, entre romances, contos, crônicas e mensagens de auto-ajuda – iStock

Francisco Cândido Xavier, o mais famoso médium espírita
brasileiro, nasceu em Pedro Leopoldo, em Minas Gerais, em 2 de abril de 1910,
filho de uma lavadeira e um operário, em uma família de nove irmãos. Desde pequeno,
ouvia vozes e conversava com seres invisíveis, principalmente com a mãe, que
perdeu aos 5 anos. Em 1927, no final da adolescência, confuso entre sua formação
católica e as experiências mediúnicas, se interessou pela doutrina de Allan
Kardec. O fato decisivo para sua aproximação com o espiritismo ocorreu no mesmo
ano, quando uma de suas irmãs, desenganada pelos médicos, foi curada por um
casal espírita,amigo da família. Pouco tempo depois, Chico escreveu um texto
de 17 páginas com mensagens de “um espírito amigo”, recebidas por ele através
da psicografia2. Em 1931, Chico Xavier fez contato pela primeira vez com o
espírito Emmanuel, que se tornou seu principal mentor. No ano seguinte,
publicou seu primeiro livro psicografado, Parnaso de Além-Túmulo, coletânea de poemas assinada por autores falecidos, como
Olavo Bilac, Castro Alves e Augusto dos Anjos. Ao longo da vida, Chico Xavier
recebeu mensagens de centenas de espíritos. Depois de Emmanuel, o mais importante
deles foi André Luiz, que se apresentava como cientista brasileiro (para
muitos, seria Oswaldo Cruz, pioneiro da medicina tropical no país).
  Chico
Xavier escreveu mais de 400 livros, entre romances, contos, crônicas e
mensagens de auto-ajuda. Doou os direitos autorais a editoras espíritas e obras
de caridade e viveu até os 92 anos com o humilde salário de aposentado do
Ministério da Agricultura. Em 1959, mudou-se para Uberaba, onde criou a Comunhão
Espírita Cristã. Seu trabalho espiritual e assistencial transformou a cidade mineira em pólo do espiritismo. Caravanas
de fiéis acorriam para lá em busca dos atendimentos do médium. Na década de 60,
sua fama ultrapassou as fronteiras do país. Chico viajou pelos Estados Unidos e
pela Europa divulgando sua doutrina. A saúde, frágil desde a juventude, foi se
esgotando: tomado por uma debilidade progressiva, teve dois enfartes e, a
partir de março de 1982, necessitou de acompanhamento médico permanente. Chico Xavier recebeu mais de 100 títulos de cidadania no
Brasil e foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 1981. Dez milhões de brasileiros
endossaram a campanha, assinando manifestos e cartas. No final da vida, a fama
e a debilidade física o obrigaram a um isolamento forçado. Morreu no dia 30 de
junho de 2002. 

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PARA SABER MAIS

LIVROS

As Vidas de Chico
Xavier
, de
Marcel Souto Maior
Nosso Lar, de Chico Xavier
Coletânea
do Além
, de
Chico Xavier

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