E o nome vai ser…
A maioria dos pais dá mil voltas até encontrar o nome do filho. Pudera, são tantas as opções. A seguir, compreenda a importância dessa escolha e saiba como cercá-la de discernimento e carinho

A maioria dos pais dá mil voltas até encontrar o nome do filho. Pudera, são tantas as opções. A seguir, compreenda a importância dessa escolha e saiba como cercá-la de discernimento e carinho
Gabriel, originário do hebraico, significa “homem de Deus”; Paola, derivado do latim, quer dizer “pequena humilde”. E assim por diante numa lista interminável de possibilidades. Quem já passou pela experiência de brindar uma criaturinha com um nome sabe que esse momento é dos mais especiais – e dos mais confusos também. Em geral, um acontecimento que mobiliza a família inteira, os círculos de amizade e até os vizinhos. Claro, há alegria de sobra nos preparativos para a chegada do novo inquilino do pedaço. Porém, tanto auê pode atrapalhar uma decisão que deve ser tomada com seriedade e ternura.
Os motivos para a cautela são explicados pela psicologia. Nem precisa ser entendido no assunto. É fácil supor que o nome está diretamente relacionado à formação da identidade do indivíduo. Quem sou eu? Sou este que carrega determinado nome. Alcunha que, salvo algumas exceções, nos acompanhará pela vida afora. “Ela constitui o princípio da história de cada pessoa. Podemos ter nomes iguais, mas a história dessa escolha é sempre única”, aponta Ana Paula Yasbek, diretora pedagógica da Escola Espaço da Vila, em São Paulo.
De acordo com os estudiosos da psique humana, muito antes de nascer, o bebê passeia pelos sonhos dos pais. E, inevitavelmente, a definição do nome da criança carrega um pouquinho da história anterior ao seu nascimento. “Esse enredo anterior já representa o início da história e do processo de desenvolvimento emocional do bebê. O nome próprio traz esboços de seu lugar na família, da história familiar em que ele se insere, do investimento afetivo a ele direcionado e de seu lugar no desejo dos pais”, afirma Nadja Rodrigues de Oliveira, psicóloga da Unidade de Neonatologia do Hospital Regional de Sobradinho, no Distrito Federal, e membro da Associação Brasileira de Estudos sobre o Bebê (ABEBÊ). Segundo ela, é natural que os pais projetem suas expectativas e idealizações sobre quem o bebê virá a ser e o que eles desejam lhe transmitir. E o nome acaba, em algum nível, sendo porta-voz dessas elocubrações.