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Espera plena de amor

Enquanto a barriga trata de espichar, o carinho cotidiano nutre mãe e bebê. Entre mimos, cantos e sussurros, ambos se preparam para o tão aguardado encontro

Espera plena de amor – Shutterstock
Muito antes de se aninhar no útero materno, o bebê nasce no plano do desejo. Nesse lugar feito de impressões sutis, mas não menos arrebatadoras, ele colore os sonhos do casal. Até que, o que pairava na esfera do devaneio começa a se desenhar no corpo e, juntos, mãe e pai passam a assistir um milagre divino. Ela como portadora da bênção; ele, como o amparo que vem acolchoar essa relação. No corpo dela, à medida que a barriga cresce, a percepção espacial se modifica e até o centro de gravidade se vê momentaneamente alterado. “A mensagem primordial do corpo é para que ela possa expandir os limites físicos – e da alma – a fim de assumir esse novo papel que é ser mãe, alguém capaz de doar-se inteiramente ao outro”, afirma Joyce Russo, psicóloga do Programa Parto sem Medo, em São Paulo.
Os seios mais fartos, o ventre receptivo, a pele coberta de brilho e a barriga a denunciar as manobras do pequeno confirmam que o sonho está em progresso. Silencioso ou embalado por cantos e sussurros, o enlace entre mãe e filho vai sendo tecido. Além de permitir a sintonia de ambos na frequência do amor, ela se encarrega de preparar o terreno mais seguro possível para a hora do parto. “No momento em que acaricia a barriga, hidrata a pele, toma banho, canta ou fala com o bebê, a futura mãe se dá conta da importância de tecer esse laço afetivo. Assim, as duas partes vão se conhecendo e desenhando os contornos da futura relação numa via de mão dupla”, esclarece Joyce.
Embora sutil nas aparências, cada preparativo para a chegada do bebê – e são tantos – contém a chama da espera amorosa. A comunicação que se estabelece entre mãe e filho no decorrer da gestação reverbera no momento do parto. “O bebê se sente amparado e desejado. Entende que pode sair do útero, porque há um lugar protegido do lado de fora, com pessoas muito queridas esperando por ele”, assegura Joyce. A parturiente também se beneficia do vínculo acalentado ao longo dos nove meses. “Ela tende a se sentir confiante para trazer o filho à luz, pois sabe que será capaz de aninhá-lo e atendê-lo em suas diversas necessidades”, sublinha.

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