Alunas da USP criam aplicativo para inovador alfabetização e são reconhecidas em prêmio internacional
As estudantes conquistaram o primeiro lugar na competição organizada pela Arizona State University, nos Estados Unidos

As estudantes conquistaram o primeiro lugar na competição organizada pela Arizona State University, nos Estados Unidos
A comunidade científica e todo o mundo devem aplaudir de pé as quatro alunas brasileiras responsáveis por desenvolver um aplicativo de celular focado na alfabetização.
O projeto das estudantes do curso de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), na cidade interiorana de São Carlos, conquistou o primeiro lugar na competição internacional organizada pela Arizona State University, localizada a oeste dos Estados Unidos.
Este aplicativo inovador foi criado especialmente para as pessoas denominadas como analfabetos funcionais, ou seja, que conseguem ler apenas frases curtas ou escrever o próprio nome, apenas, ou mesmo para os que são completamente analfabetos — não conseguem ler ou escrever qualquer palavra.
Para o portal Catraca Livre, Luiza Machado, uma das quatro alunas que participou do projeto, disse: “Quem aprendeu a ler e escrever desde pequeno não consegue enxergar que esse processo de aprendizagem se torna um grande desafio quando você é adulto”.
Vale lembrar que a taxa de analfabetismo no Brasil passou de 6,8%, em 2018, para 6,6%, em 2019, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Educação, divulgada no mês de julho de 2020. A queda que representa cerca de 200 mil pessoas não alivia a situação, pois o Brasil ainda conta com 11 milhões de analfabetos.
De acordo com o portal público de notícias Agência Brasil, esses analfabetos são pessoas de 15 anos ou mais que, pelos critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não são capazes de ler e escrever nem ao menos um bilhete simples.
O projeto chamado de ABC se configura através de vídeos, dicas e exercícios direcionadas à alfabetização. “A proposta é que os usuários possam aprender escolhendo as lições segundo seus temas de interesse”, continuou Luiza.
Luísa Moura, Ana Laura Chioca Vieira e Marina Machado são as outras estudantes responsáveis pelo desenvolvimento do aplicativo. O próximo passo consiste em colocar a plataforma para uso da população.