Apresentadora e cozinheira Palmirinha Onofre faleceu em 7 de maio. Ela estava internada desde 11 de abril para tratar problemas renais crônicos
No dia 7 de maio, perdemos um dos maiores ícones da televisão brasileira, Palmirinha Onofre, também chamada pelo público de Vovó Palmirinha. Símbolo de carisma e simpatia, a cozinheira de mão-cheia esbanjava em seus programas não apenas receitas deliciosas, mas sempre um sorriso no rosto.
Não é segredo que o passado da apresentadora foi conturbado. Em entrevistas, Palmirinha contava sobre a vida nada fácil ao lado de sua mãe e, posteriormente, do marido. Aqueles que vieram depois, porém, lhe deram forças para continuar: suas três filhas, duas apresentadoras famosas e o público fiel.
Nascida em 29 de junho de 1931, na cidade de Bauru, São Paulo, Palmira Nery da Silva Onofre, mais conhecida pelo apelido de Palmirinha, era filha de uma italiana fria e rigorosa e um baiano carinhoso. Apesar da proteção paterna, Palmira sofria agressões físicas e verbais da mãe.
Aos 6 anos, foi entregue para uma moça francesa. A mulher prometeu ao pai de Palmirinha que a menina seria sua dama de companhia e lhe pagaria um salário. Quando a jovem completou 14 anos, seu pai faleceu. A perda lhe obrigou a voltar para a casa da mãe.
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Dois anos se passaram quando o próximo trauma surgiu. Aos 16, Palmirinha foi vendida pela mãe a um fazendeiro da região por cinco mil réis. Em entrevista a apresentadora Maria Gabriela, a cozinheira contou que, um dia, após chegar do trabalho, entrou em casa e foi para seu quarto se aprontar para tomar um banho. Ao começar a tirar a roupa, se deparou com o fazendeiro deitado em sua casa e logo começou a gritar. Por sorte, foi salva por uma tia.
Aos 19 anos, Palmirinha aceitou se casar. Um dos principais motivos para concordar com o matrimônio seria a saída da casa da mãe. Logo após a festa de casamento, ao chegar em casa com seu esposo, encontrou três das amantes do homem na porta da residência.
A relação que durou 26 anos foi marcada pelo alcoolismo, agressões físicas, verbais e, como apontado, por traições recorrentes. Apesar da vontade de se ver longe do marido, Palmirinha sabia que uma mulher divorciada não era bem vista pelos familiares e sociedade. Finalmente, aos 45 anos, resolveu se separar.
Como dito no título da matéria, Palmirinha é exemplo de perseverança. A culinária, aliás, foi um pilar para ela antes mesmo dos programas televisivos. Passou anos vendendo salgados que produzia. Foi justamente por seu trabalho, aliás, que a apresentadora Silvia Poppovic resolveu fazer uma matéria com ela, contando sua história. Na época, Palmirinha tinha 63 anos.
Foi após a divulgação da matéria que outra grande apresentadora, Ana Maria Braga, convidou a senhora para participar de seu programa, Note e Anote, na TV Record. Palmirinha comandaria o quadro Café da Manhã durante a transmissão.
Cinco anos se passaram quando a cozinheira foi contratada, em 1999, pela TV Gazeta. Lá, apresentou durante 11 anos o TV Culinária. Migrando para o canal fechado Bem Simples/FOX Life, Palmirinha comandou até 2015 o Programa da Palmirinha.
