Gestos para mudar já - Bons Fluidos

O futuro é construído no presente. Mas, geralmente, a direção para onde estamos indo não aponta para o lugar exato aonde queremos chegar. Esperamos que alguma força mágica do destino nos coloque na direção certa sem fazer esforço. Ou somos autoindulgentes e soltamos aquele famoso: “Agora não posso pensar nisso, daqui a pouco as coisas melhoram e escolho uma direção melhor…”. Bom, tem hora para boiar, porque não adianta se debater contra a correnteza. Mas, via de regra, para colocar o trem na direção desejada temos que nos engajar.

Reuni algumas atitudes que impactam positivamente esse futuro desejável. Em primeiro lugar, lembre-se que o tempo é um só, a energia, uma só, e a cada minuto decidimos onde e como vamos aplicá-los. Esse critério de escolha é vital.

Esperar menos, fazer mais. O Brasil é um país que tem esperança. O aspecto positivo disso é que somos otimistas. Mas como já dizia o compositor: “Vem, vamos embora que esperar não é fazer, quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Que tal ter menos “esperança” e mais “fazença”? Isso evita a tendência a desperdiçar oportunidades. Você sabia que a deusa da oportunidade só tem cabelo na frente? Se a gente quiser agarrá-la tem que ser na hora que ela está de frente para nós, pois, depois que passa, não temos por onde segurá-la.

Na última edição de BONS FLUIDOS, falou-se sobre a cultura do desperdício. Pois bem. Talvez isso aconteça porque temos muito de tudo: muitos recursos naturais, muitas facilidades de clima, muita criatividade resultante da cultura híbrida. Assim desperdiçamos não apenas oportunidades mas também a natureza, o tempo, os muitos talentos mal aproveitados. Note que as pequenas coisas que vão surgindo no dia a dia acabam tomando todo o nosso tempo. É preciso pensar um pouco mais à frente, planejar, identificar oportunidades e novas maneiras de fazer. E atenção: dizer “sim” para tudo não é real. Existem muitos momentos em que é importante dizer “agora não posso, tenho outras prioridades”. Esse exercício é mais produtivo do que se imagina. Afinal, quem não sabe dizer “não” não sabe dizer “sim”.

É importante lembrar que mudar de ideia é bem mais fácil do que mudar de hábito, de jeito de fazer. Para conseguir essa mudança é preciso refletir antes de agir, para evitar a reação automática que leva a repetir padrões. Segue uma lista de perguntas – daquelas que a gente faz para si mesmo – que podem ajudar: “Qual é a direção para onde estou indo? Continuando nela, chegarei aonde desejo?”, “Isso é prioridade? Aonde vai me levar?”, “É bom para todos nós?”, “Traz pouco ou muito benefício? Vai dar frutos mais pra frente?”, “Estou de fato usando meu potencial ao máximo, ou me acomodei?”, “Estou funcionando dentro de padrões já conhecidos, ou tentando inovar, ir além?”, “Será que às vezes nem tento ir atrás do que desejo, por medo de não conseguir?”, “Esse é o melhor uso que posso dar ao meu tempo?”, “Se me organizar diferente, posso aproveitar melhor o tempo disponível?”, “Estou dizendo ‘não’ nos momentos necessários?”. A hora é agora.