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“O sol sempre reaparece no dia seguinte”: em exclusiva, cantor PJ Morton fala sobre inspiração, fé e novo álbum

Esperança, inspiração e Deus são três palavras que definem não só os álbuns, mas a vida de PJ Morton; em entrevista exclusiva para a Bons Fluidos, o cantor, artista solo, mas também pianista do Maroon 5, abordou sua conexão com Deus e seu propósito como artista

PJ Morton comenta lançamento do álbum "Watch the Sun"
PJ Morton comenta lançamento do álbum “Watch the Sun” – Divulgação/ Laiken Joy

“Eu ia esperar, mas não era sobre MIM. Era sobre as pessoas que precisavam disso para terem esperança”, foi assim que PJ Morton, artista solo, ganhador de generosos Grammy’s na carreira e pianista da banda Maroon 5 desde 2012, definiu a ideia de lançar um álbum gospel durante a pandemia. Um dos três álbuns que lançou de 2020 até 2022.

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Da mesma forma que a Bons Fluidos tem a proposta de ser um respiro no meio de um mundo tão estressante e corrido, PJ Morton, com as músicas inspiradoras que lançou durante a pandemia, foi também o alívio de muita gente que já não tinha mais esperança.

Em entrevista por vídeo, conversamos com o cantor sobre a importância da música Gospel, que traz a inspiração, na vida dele; sobre ele ter recebido um Grammy enquanto estava na turnê do Brasil com o Maroon 5 e sobre PROPÓSITO.

INSPIRAÇÃO E ESPERANÇA POR PJ MORTON

The Piano Album, Gospel According To PJ e Watch The Sun foram os três álbuns que PJ Morton lançou desde 2020. Só o segundo tem música Gospel, especificamente, mas todos eles têm canções com letras que retratam a esperança, resgatam nossa força interna e promovem inspiração a quem escuta.

“Eu estava mal quando comecei a escrever o álbum Watch The Sun e tava passando por um momento “escuro” por diversos motivos”, contou o artista sobre o álbum mais recente que lançou que, na tradução, se chama “Olhar [ou olhe] o Sol”.

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“Estávamos de quarentena, longe de todos, minha vida e meu relacionamento estavam passando por momentos difíceis e eu precisava de inspiração e esperança para superar isso. Mas para mim, são nessas situações que eu entro em conexão com Deus. Entro em conexão com essa força maior e peço essa inspiração e essa esperança”, refletiu.

E são, justamente, nesses momentos que nascem suas músicas.

“Essa conexão me faz tirar um tempo para processar esses sentimentos ruins e entender o motivo deles. Essa é uma coisa que eu tenho feito: tentar entender o porquê de passar pelas situações. O que eu preciso aprender? E isso me permite estar do outro lado do problema [não do lado de quem reclama, mas de quem aprende com as situações]”.

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[Dica para ouvir o CD completo enquanto você lê o restante da entrevista]

 

A pandemia não foi fácil para ninguém. Mas ela deixou seus ensinamentos e PJ confirmou.

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“Eu aprendi que tudo que eu preciso está bem aqui nas minhas mãos, no meu coração e isso me permite criar coisas muito bonitas, me permite criar ARTE, e acho que esse é o meu propósito aqui. Aprendi que mesmo na escuridão, mesmo em meio às tragédias, posso ressurgir das cinzas como uma Fênix e que não importa o que aconteça, o sol sempre volta durante o dia”.

E FALANDO EM EMOÇÕES…

Esse novo trabalho – seu 14° álbum -, marca uma fase especial na carreira do artista, que tem se apresentado por todo o mundo ao lado do Maroon 5. Ele também acabou de ganhar o Grammy pela sua colaboração no álbum “We Are”, de Jon Batiste. Este é o quarto ano seguido com vitórias no Grammy para Morton.

E falando na maior premiação de música do mundo, durante nossa conversa, PJ relembrou uma situação muito especial que passou quando veio ao Brasil em abril deste ano. Pouco antes do show que aconteceria em São Paulo, ele descobriu que havia ganhado o prêmio na categoria de melhor álbum do ano por sua colaboração com Jon Batiste.

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“Foi engraçado, porque eu estava com os caras [do Maroon 5] indo para o jantar. Andamos do nosso hotel para o restaurante, mas teve uma hora que eu disse: ‘ok, meu discurso está prestes a começar, então tô indo lá”. E deixei todos no restaurante. No quarto, sentei em frente à TV, comecei a assistir ao Grammy e vi todos aqueles artistas concorrendo na minha categoria e pensei: ‘Essa é uma guerra difícil. Não sei se vou vencer com o álbum do ano’. E, do nada, ACONTECEU! Ganhamos o álbum do ano e eu gritei no quarto do hotel. Foi uma loucura!”, lembrou. “E o especial de ter sido em São Paulo quando isso aconteceu, foi que eu amo o Brasil. Os brasileiros são muito carinhosos com a gente, então foi especial. Foi diferente.”

A IMPORTÂNCIA DE DEIXAR FLUIR

Durante nossa conversa com PJ, questionamos a ele sobre sua música preferida do Watch The Sun (CD que vocês escutaram ao longo do texto) – mera curiosidade da jornalista. A resposta fecha essa matéria com uma reflexão importante sobre deixar as coisas fluírem mais.

“Se eu precisasse escolher uma preferida hoje, seria BE LIKE WATER [em português “Seja como água”]. Ela tem dois dos meus heróis nela, a mensagem é muito forte para mim e ela realmente me ajudou”, disse e continuou: “Eu começo [a escrever] as músicas por mim, pelas minhas experiências e o que essa música sugere [ser como água] era o que eu precisava aprender a fazer. Porque eu sempre estou tentando resolver tudo, resolver todos os problemas, mas quando eu aprendi a não forçar nada e simplesmente me deixar levar [como água], foi quando eu realmente comecei a ficar bem. E tem Stevie Wonder e Nas nela… Eu nem consigo acreditar que ela existe!”