“Ele fez com que as pessoas tivessem esperança de sair desses lugares onde o racismo coloca os negros”, Taís Araujo se emociona ao falar do ator
Nessa segunda-feira, 30 de maio, o ator Milton Gonçalves faleceu aos 88 anos. A morte se deu em ocorrência de problemas de saúde que o ator vinha enfrentando desde que teve um AVC em 9 de fevereiro 2020. Na manhã dessa terça-feira, em participação especial no ‘Encontro’, Taís Araujo falou sobre o ator, seu legado e seu ensinamento.
“Quando uma pessoa com a dimensão do Milton parte, a gente fica com a sensação de vazio, que a gente perdeu, perdeu fisicamente. Mas acredito que a gente ganhou tudo que o Milton deixou até aqui. Fiz filha do Milton muitas vezes na TV, teatro, cinema. Chego a escutar as frases dele, os ensinamentos”, começou a atriz, se emocionando.
Taís também falou sobre a representatividade negra que Milton teve na televisão brasileira. Segundo ela, ele abriu muitas oportunidades para diversos artistas negros, inclusive ela. “Ele abriu trabalho para mim e artistas negros deste país e também uma atenção de como os negros são retratados na dramaturgia brasileira. Ele fez com que as pessoas tivessem esperança de sair desses lugares onde o racismo coloca as pessoas negras”, disse.
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“Tem uma frase do Emicida que é muito linda: ‘Quem divide o que tem, é quem vive para sempre. Ele está para sempre. Além da figura dele representar a forma como todos nós negros gostaríamos de sermos vistos, ele foi muito respeitado. E todo seu legado agora é nosso norte. A gente ganhou um ancestral”, finalizou a atriz. Além de ator, Milton Gonçalves foi diretor, cantor, dublador e produtor brasileiro.
