Saiba como religiões intensificaram a domesticação dos gatos

Estudos indicam que esse processo foi influenciado tanto pela mitologia egípcia, quanto pela nórdica, ambas conhecidas por enaltecerem deuses com características felinas

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Estudos indicam que o processo sofreu influência da mitologia egípcia e nórdica, que enaltecerem deuses com características físicas de gatos – pixabay/mi_foto

Você já se perguntou como os gatos, que eram animais selvagens e caçavam para sobreviver, se tornaram pets? Estudo antigos apontavam que a domesticação dos felinos se iniciou na Pré-História, mais especificamente, no Período Neolítico, entre dez e três mil anos a.C. No entanto, de acordo com duas pesquisas recentes, esse processo demorou mais alguns séculos para ocorrer e sofreu influência de diferentes religiões.

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Estudos trazem teorias

Inicialmente, pesquisas diziam que os moradores do norte da África e de parte da Ásia teriam se aproximado dos animais para usá-los como uma forma de proteger os grãos de roedores. Essa teoria, contudo, está sendo confrontada por cientistas da Universidade de Roma Tor Vergata e Universidade de Exeter, que se basearam em materiais genéticos.

O estudo italiano contou com o apoio de 42 instituições para analisar 97 sítios arqueológicos na Europa, 70 genomas antigos e 17 modernos. Além disso, eles obtiveram amostras de museus da Itália, Bulgária e do continente africano, bem como 37 corpos de animais. Enquanto isso, especialistas britânicos examinaram 2.416 ossos de felinos provenientes de 206 sítios arqueológicos.

Relação entre gatos e humanos

Dessa forma, o primeiro grupo indicou a chegada dos primeiros gatos domesticados ao continente europeu no século I d.C. Já os pesquisadores de Exeter defendem que isso ocorreu no primeiro milênio a.C, na Grã-Bretanha. Apesar de discordarem sobre o períodos, os dois levantamentos atrelam essa aproximação às religiões da época.

De acordo com os especialistas, tanto a mitologia egípcia, como a nórdica, que enaltecem deuses com características físicas de felinos, estimularam a domesticação. Um exemplo é a Bastet, uma figura representada com cabeça de gato e corpo de mulher. Assim, essas crenças teriam ajudado a espalhar a imagem positiva dos animais para outras nações, como os fenícios, gregos e romanos.

Entretanto, eles ressaltam que, anos depois, a também foi responsável por mudar a perspectiva dos humanos sobre os gatos. “Nossas evidências sugerem que eles foram disseminados por meio de uma rede internacional de casas monásticas cristãs. No entanto, uma mudança na teologia durante o século XII redefiniu os gatos como um símbolo de heresia e maldade”, explicaram os autores em um artigo publicado no ‘Preprint Server for Biology’.