Transe hipnótico: as etapas necessárias para mergulhar no estado mais profundo de hipnose
Na coluna desta semana, Charles Bueno listou os métodos adotados para levar um paciente para o estado de consciência alterado, também conhecido como transe

Na coluna desta semana, Charles Bueno listou os métodos adotados para levar um paciente para o estado de consciência alterado, também conhecido como transe
O processo de transe para a hipnose ainda é um tanto curioso e faz muita gente pensar como, de fato, é possível libertar a mente para alcançar esse momento tão único e essencial para esvaziar-se e voltar ao eixo da sua melhor versão.
Tudo isso é feito em algumas etapas, e é isso que quero explicar para vocês hoje.
Entendam que se libertar das emoções e pensamentos negativos têm se tornado cada vez mais essencial nos dias de hoje.
Vamos começar lembrando que o cérebro é plástico – a chamada neuroplasticidade – a capacidade do sistema nervoso possui de modificar sua estrutura e função em decorrência dos padrões de experiência. Experiência essa que deve ser trabalhada, afinal todo mundo pode deixar de ser escravo da sua própria mente, basta se condicionar.
+++ Como a hipnose pode te ajudar a se adaptar ao ‘novo mundo’ e recriar hábitos no subconsciente
Todas essas mudanças de padrões podem ser concebidas e avaliadas através da modificação do comportamento. É aí que eu quero chegar: como se moldar através de um processo hipnótico? Como isso é possível?
Quando você se entrega e é induzido a entrar em transe, o objetivo é te direcionar para que você seja hipnotizado (a). Para isso, cinco métodos diferentes são feitos. Entenda cada um deles:
Fixação dos olhos: com o uso do pêndulo, relógio ou outro acessório;
Narrativa: quando o hipnotista conduz o paciente ao estado hipnótico por meio de uma história contada;
Quebra de padrão: ocorre quando o paciente é confundido com atitudes inesperadas. Um exemplo disso é o aperto de mão prolongado que se torna uma massagem;
Desequilíbrio: quando altera a percepção espacial do paciente;
Choque: quando há uma narrativa brusca. Um exemplo é quando o hipnotista dobra a cabeça do paciente repentinamente dizendo que o mesmo irá adormecer.
Depois disso, algumas fases são importantes de serem entendidas e compreendidas para então se deixar levar pela ciência da hipnose. São elas:
Dissociação: é uma fase na qual os sentidos da pessoa hipnotizada são alterados. Dessa forma, o indivíduo não ouve nada além do hipnotista e deixa, por exemplo, de sentir dor em algum local do corpo.
O transe hipnótico: os estímulos externos deixam de importar e o principal está no inconsciente. A lógica e a razão não importam e há quem regrida a outras vivências e percepções há muito esquecidas.
Sugestões: são as palavras do hipnotista para conduzir o paciente ao seu objetivo. Podem ser usadas linguagem verbal e não verbal, metáforas, alusões e discurso direto ou indireto a fim de atingir o objetivo da sessão.
Reassociação: de forma gradual, é um retorno ao estado consciente em que o ambiente externo é importante. Algumas pessoas podem relatar dor de cabeça nesta fase.
O tom de voz do hipnotista também é muito importante neste processo e você precisa confiar nele. Esqueça os shows em que há gritos e ordens. Aqui, a entoação é baixa e lenta, em um ritmo que acompanha a respiração.
Também é possível haver momentos de silêncio e de solicitação de permissão para o processo hipnótico. É fantástico!
CHARLES BUENO
Até ler esse texto você já tinha se dado conta da importância da hipnose? Já tinha parado para pensar que a prática precisa ser desmistificada? Pois é! É por isso que nosso mais novo colunista, Charles Bueno, chegou! Vamos conversar semanalmente sobre hipnose e todos os seus benefícios para a saúde mental e física!
Instagram: @charlesbuenohipnologo