Como a data em que você foi concebido pode ditar a sua facilidade para perder peso
Uma pesquisa feita no Japão mostrou que a temperatura da época em que fomos gerados impacta o aumento do tecido adiposo marrom, que proporciona a queima de calorias
Quem nunca conheceu uma pessoa que come mais e dificilmente engorda? De acordo com especialistas, fatores como idade e genética influenciam o metabolismo, fazendo com a eliminação de gorduras ocorra mais rapidamente ou não. Além disso, um novo estudo, publicado na revista ‘Nature Metabolism‘, mostrou que a temperatura da época da nossa concepção também impacta a perda de peso!
Como o clima influencia o peso
Para entender como o clima poderia afetar a gordura corporal, pesquisadores se focaram em analisar a presença do tecido adiposo marrom, que proporciona a queima de calorias, principalmente, no frio. Desta forma, os estudiosos coletaram informações de exames de 748 adultos, além das suas datas de nascimento. Com base nos dados e nos padrões sazonais do Japão, eles entenderam que as concepções ocorridas entre 17 de outubro e 15 de abril tiveram influência do tempo frio. Já as que aconteceram de 16 de abril a 16 de outubro, do quente.
Desta forma, os especialistas descobriram que os 78% dos indivíduos concebidos no frio apresentaram maior atividade de gordura marrom ativa. Em contraposição, no caso dos gerados em temperaturas quentes, o número cai para 66%. Como consequência, aqueles com o aumento do tecido adiposo, tinham menor Índice de Massa Corporal (IMC), menos gordura visceral e cinturas menores.
De acordo com o estudo, o clima frio e maiores oscilações de temperatura durante os meses que antecederam a concepção são os fatores mais impactantes. Eles destacam ainda que a estação da gravidez não demonstrou os mesmo efeitos. Assim, segundo os pesquisadores, ficou evidente que a intervenção ocorre antes da fertilização.
“Em outras palavras, se seus pais o conceberam durante uma onda de frio, seu corpo pode ser mais eficiente na queima de calorias e na resistência ao ganho de peso. Essa descoberta pode ter implicações abrangentes para a compreensão das tendências populacionais de obesidade e metabolismo energético, mas requer validação em diversas populações globais”, explicaram para a revista.
*Texto feito sob supervisão de Helena Gomes
