Existe uma idade certa para o bebê dar os primeiros passos?
De acordo com o neurocirurgião e especialista em desenvolvimento infantil, André Ceballos, apesar de ter uma média esperada, cada pequeno tem seu ritmo

De acordo com o neurocirurgião e especialista em desenvolvimento infantil, André Ceballos, apesar de ter uma média esperada, cada pequeno tem seu ritmo
Quando um bebê nasce, cada pequena conquista é celebrada com entusiasmo: o sorriso, os balbucios, os gestos curiosos. Até que chega um dos momentos mais esperados por mães e pais, os primeiros passinhos. Mas, afinal, existe uma idade certa para isso acontecer?
O neurocirurgião e especialista em desenvolvimento infantil, Dr. André Ceballos, explica que há uma média esperada. No entanto, cada pequeno tem seu ritmo. “Costumo orientar que o bebê sustente a cabeça por volta dos três meses, role aos quatro, sente sem apoio aos seis e ande até os 18 meses. Esses marcos mostram como o cérebro e os músculos estão se organizando e trabalhando em conjunto”.
Ele também destaca que o desenvolvimento motor vai além de aprender a andar. A coordenação fina, como pegar objetos pequenos com os dedos, é outro ponto importante, porque está ligada a habilidades cognitivas, tal qual a percepção, a atenção e a capacidade de resolver pequenos desafios do dia a dia.
Além disso, o ambiente e os estímulos corretos fazem toda a diferença. De acordo com o especialista, brincadeiras simples e o incentivo para que a criança engatinhe, fique em pé com apoio ou dê os primeiros passos segurando nas mãos de um adulto são práticas valiosas. Ademais, atividades, como deixar o bebê de bruços, incentivá-lo a sentar, engatinhar e caminhar com apoio, são essenciais para preparar o corpo para a grande conquista de andar sozinho.
“Essas interações reforçam o vínculo afetivo e ajudam no fortalecimento muscular. A criança precisa de espaço, tempo e liberdade para experimentar seus próprios movimentos. Isso é o que faz com que o caminhar aconteça de forma natural e segura”, orienta.
Apesar das variações individuais, alguns sinais de alerta devem ser observados. “Se o bebê não demonstrar interesse em andar até os 18 meses ou não conseguir se manter em pé com apoio, é hora de procurar orientação médica”, alerta. Dificuldades para sentar, engatinhar ou se levantar também merecem atenção. Esses comportamentos podem indicar atrasos relacionados a fatores neurológicos, musculares ou genéticos.
“A ausência de marcos motores se reverte com o diagnóstico precoce e intervenções adequadas, como terapias, fisioterapia e ajustes na rotina da criança”, explica o especialista.
Por fim, o Ceballos reforça a importância de acompanhar de perto o desenvolvimento do bebê. “Nem todo atraso é motivo de preocupação, mas investigar para garantir que nada esteja impedindo o avanço motor da criança é muito importante. Estar atento aos sinais e buscar ajuda profissional pode fazer toda a diferença”, conclui.
*Texto de Alice Veloso, da Publika.aí Comunicação