Caminhada pela natureza cura mulher que sofreu acidente; entenda a história

Após meses com dores de cabeça e confusão mental, Sarah Allely encontrou nas paisagens um tratamento eficaz

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Após meses com dores de cabeça e confusão mental, Sarah Allely encontrou na natureza um tratamento eficaz – Pexels/Eval Miko

Diversos pesquisas têm evidenciado o poder do contato com a natureza para a saúde. Um estudo recente de pesquisadores da Universidade de Viena mostrou que o simples ato de observar uma paisagem pode reduzir a dor pela metade. No caso da australiana Sarah Allely, essa possibilidade ultrapassou os experimentos de laboratórios e se tornou realidade.

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O acidente que mudou sua vida

Há dez anos, Sarah Allely, moradora de Sydney, viu sua rotina se transformar drasticamente após ser atropelada enquanto pedalava para uma aula de ginástica. De início, o acidente pareceu não ter causado danos severos, já que a mulher recebeu alta hospitalar no mesmo dia. Entretanto, o que era apenas uma contusão e um ferimento no ombro, logo se intensificou para uma lesão cerebral traumática leve.

Em entrevista à ‘Deutsche Welle’, ela revelou que percebeu que havia algo de errado ao retornar para casa. Isso porque Allely tentou ler um livro para relaxar, mas não conseguia interpretar as frases. Em seguida, a condição a deixou com fortes dores de cabeça e confusão mental. Os médicos, contudo, demoraram para identificar o traumatismo e, mesmo depois do diagnóstico, informaram que não existia “nenhum tratamento evidente”. 

A cura estava na natureza

Assim, por meses, Sarah teve que se manter afastada do trabalho por motivos de doença. Depois de testar diferentes métodos, a solução surgiu repentinamente, enquanto ela acompanhava as filhas em uma caminhada na floresta. “Foi o primeiro dia desde o acidente em que não tive dor de cabeça, e foi extraordinário. Há algo em estar na mata que é muito bom para mim. Eu não sabia o que era, mas sabia que algo havia mudado”, contou.

A australiana, então, passou a incluir passeios na natureza em sua rotina. Allely logo percebeu, enquanto observava jardins, que sua mente estava voltando ao habitual. “Eu sentia quase como se uma névoa se dissipasse, assim como a enxaqueca. Eu me sentia mais relaxada”, detalhou.

De acordo com a especialista Holli-Anne Passmore, a explicação do fenômeno pode estar no fato das paisagens possibilitarem um descanso para o cérebro. “Prestar atenção à natureza no seu dia a dia e perceber como ela faz você se sentir teve um aumento incrivelmente grande em diferentes aspectos do bem-estar, não apenas em emoções positivas, mas em coisas como se sentir conectado a outros indivíduos e à vida em geral”, apontou. 

Hoje, apesar de estar curada, Sarah Allely continua dedicando parte de seu tempo à contemplação da vegetação, dos animais e de tudo ao seu redor. Após esta experiência, ela também passou a conscientizar sobre o meio ambiente. “Um dos motivos para contar minha história é a esperança de que as pessoas se sentissem inspiradas a cuidar do nosso mundo natural”, concluiu

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