Estudo revela que exercícios isométricos são mais eficazes para a pressão arterial
Até então, o treino aeróbico era o mais indicado para quem tem pressão alta, mas uma pesquisa descobriu que o tipo estático pode ser a melhor opção; entenda

Até então, o treino aeróbico era o mais indicado para quem tem pressão alta, mas uma pesquisa descobriu que o tipo estático pode ser a melhor opção; entenda
Antes, se acreditava que os tipos de exercício mais recomendados para tratar a pressão arterial alta eram os aeróbicos, como corrida e ciclismo. Porém, um estudo publicado no British Journal of Sports Medicine aponta que os estáticos são muito mais eficazes. Entenda:
Também conhecidos como estáticos, os exercícios isométricos são aqueles que precisam de contração muscular, mas sem movimento. “Consistem em ficar em uma posição específica, durante a execução. Eles podem ser desempenhados de uma forma sustentada ou intermitente, sendo esta mais dinâmica. Entre os exemplos, há a extensão de joelho, o agachamento mais conhecido e na parede, elevação de quadril, prancha abdominal e o feito com fortalecedor de mão e antebraço”, explica a cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein de Goiânia, Sayuri Inuzuka.
Entre 1990 e 2023, autores do estudo realizaram ensaios clínicos com 15.827 pessoas para avaliar o impacto da atividade física na pressão arterial. Entre os testes, os participantes treinaram em diversas categorias, como a intervalada de alta intensidade (HIIT), a isométrica, a aeróbica, a de treinamento de resistência dinâmica e uma combinação das duas últimas.
Para manterem um parâmetro do que seria mais saudável, os pesquisadores definiram a pressão arterial em repouso ideal abaixo de 130 mmHg por 85 mmHg (milímetros de mercúrio) e a elevada em 140 por 90 mmHg, ou superior. Sendo que os primeiros números são a representação medida durante a contração do coração (pressão arterial sistólica), e os segundos a medida durante o relaxamento do coração (pressão arterial diastólica).
Eles chegaram à conclusão que ambas as modalidades apresentaram reduções da pressão arterial, mas o treinamento físico isométrico acabou resultando em números menores. Agachamentos na parede, por exemplo, diminuíram a pressão sistólica. Já a corrida reduziu a pressão diastólica.
De acordo com Inuzuka, a descoberta é importante para adequar os treinos. “Por se tratar de uma metanálise de estudos com diferentes protocolos, as razões para explicar os achados ainda não são claras. Mas os resultados podem promover o apoio à redução na frequência de treinos, por exemplo, três vezes por semana, em oposição à uma frequência acima de cinco vezes semanais, melhorando a adesão e, consequentemente, um melhor atingimento de metas e a redução de eventos cardiovasculares”, indica.
Porém, o mais importante é sair do sedentarismo. “Eu defendo que a pessoa faça aquele exercício que ela gosta de fazer, porque aí ela faria com frequência sem falhar. O sedentarismo é um dos principais fatores de risco para a mortalidade global. Um estudo recente mostrou que crianças e adultos passam cerca de 55% do tempo acordados em sedentarismo, o que equivale a 7,7 horas do dia. A grande importância que vejo é a de que a prática de atividade física regular, independentemente do tipo de exercício, previne e controla a pressão arterial”, opina ao finalizar.