Provavelmente, você já deve ter ouvido falar da recusa e da seletividade alimentar nas crianças. Mas, você sabe distingui-las?
Uma rotina de alimentação saudável é fundamental nos primeiros anos de vida de qualquer criança. Mesmo assim, é na infância que, muitas vezes, surge a recusa alimentar. Essa fase é identificada pela rejeição da criança a alguns alimentos.
Os fatores para a recusa são diversos, entre eles, a criança pode estar cansada, começou a frequentar a escola ou simplesmente porque ela não quer mais comer algum alimento. A fase de recusa é comum e pode acontecer com qualquer criança. Entretanto, é muito importante conhecê-la e saber quando é normal ou se merece atenção maior.
“É fundamental identificar as fases de recusa para saber o que fazer em cada uma delas. Por exemplo, a recusa na introdução alimentar é recusa alimentar e não seletividade. A criança está começando a conhecer os alimentos, então pode ser que ele não aceite tudo na primeira vez”, explica Camila Garcia, nutricionista infantil comportamental.
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Na maioria das vezes, a seletividade surge da recusa, que fica cada vez mais constante e difícil de lidar. Neste caso, a criança rejeita a maioria dos alimentos de um grupo alimentar ou até mesmo todo o grupo.
Para saber como ajudar na alimentação, é preciso entender as diferentes fases. Pode ser que não se trate ainda de uma seletividade. Se não for, é preciso estar atento para não dar espaço para ela se instalar. Alimentação Infantil é coisa séria.
“Conhecendo as fases e sabendo que o ambiente vai interferir na recusa alimentar, será mais fácil lidar e adequar a melhor forma para ajudar a criança. É importante entender que essa fase não vai passar se a mãe não agir da maneira correta. Dias de recusa existem e é preciso saber agir naquele momento”, acrescenta a especialista em seletividade alimentar.
Confira abaixo quais são essas fases da recusa:
Introdução alimentar
Nesse momento de iniciação da nova alimentação, por volta dos 6 meses, a criança está começando a aprender sobre os alimentos. Quando os alimentos sólidos são introduzidos, é comum a rejeição. O bebê está acostumado só com leite e de repente recebe novos alimentos.
Por volta dos 10 meses
É quando ocorre a percepção que a criança, que comia muito bem, para de comer e não gosta mais de um alimento. “Por volta dos 10 meses, a recusa também pode ter relação com outros acontecimentos, como o nascimento do dentinho ou uma criança doente”, avalia Camila. É importante continuar oferecendo todos os alimentos.
Fase de 1 ano
Segundo a nutricionista, na fase de 1 ano pode acontecer uma queda do ritmo de crescimento e, consequentemente, a diminuição do apetite. Muitas vezes, os pais querem que a criança coma a mesma quantidade que vinha comendo, mas é uma recusa comum para a faixa etária da criança.
Nessa fase, geralmente, ela come menos, e como ainda está no período de introdução alimentar, pode não aceitar todos os alimentos muito bem.
Acima de 2 anos
Por outro lado, se a criança acima de 2 anos vem num ritmo de recusa e não é feito nada pela sua alimentação, é a seletividade. Neste caso, se a criança recusa os alimentos, podemos afirmar que ela é seletiva. “Neste caso, a seletividade não vai passar sozinha se os pais não souberem lidar e educar a criança nutricionalmente”, finaliza Camila.
Sobre Camila Garcia
Camila Garcia é nutricionista infantil comportamental e acredita no poder da alimentação infantil como essência de um mundo mais leve e saudável. Formada em nutrição pela PUC-Campinas e pós-graduada em saúde e nutrição infantil pela Unifesp. CRN 34782.