Vida após o câncer: ex-atleta relata mudanças de hábitos e vida após superar a doença

Sol Meneghini é conhecida no mundo fitness, tendo conquistado vários prêmios como atleta de fisiculturismo. Mas um câncer no fígado, descoberto em 2014 quando estava se preparando para uma competição internacional, mudaria a vida dela para sempre. 

Pouco tempo depois de começar a quimioterapia, a atleta descobriu que estava grávida de gêmeos. Pelos riscos que geraria aos futuros bebês, o tratamento foi suspenso. Após a gravidez de risco, apenas um deles sobreviveu: Dudu, que hoje tem seis anos. 

Com o nascimento de Dudu, Sol voltou a fazer quimioterapia, e, assim como as diversas competições que enfrentou ao longo da carreira, ela venceu a doença.

Rotina após o câncer

Atualmente, a vida de Sol é bem diferente. Sua rotina, que era baseada em treinos intensos e dietas restritivas, agora é mais dinâmica e, ao mesmo tempo, mais leve. Ela decidiu largar o universo do fisiculturismo, mas ainda assim trabalhar diretamente com a prática de exercícios físicos. Com isso, tornou-se uma renomada personal trainer e nutricionista. 

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“Mesmo guardando boas recordações da época de atleta, não penso em participar novamente das competições porque era muito desgastante. Continuo cuidando da minha alimentação e saúde, mas de uma maneira mais leve”, explica.

Seu dia a dia também ficou mais flexível, o que a permite passar mais tempo em casa. Para ela, isso é essencial, especialmente porque consegue cuidar de seu filho com mais atenção. Ele foi diagnosticado com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) com dois anos de idade. 

Sol conta detalhes de um dia comum em sua vida, que começa bem cedo. “Acordo todos os dias às 4h45 da manhã. Deixo tudo preparado para o trabalho no dia anterior, como roupas e refeições. O carro parece um guarda roupa de tanta coisa”, brinca.

“Depois de dar aula de personal, vou para meu consultório. Retorno para casa e almoço com meu filho em seguida. À tarde vou divulgar as lojas [explicar melhor], à noite faço pós-graduação e ainda tenho tempo de levar meu filho em dias alternados às terapias e tratamentos dele.”

Mesmo com a rotina super corrida, ela consegue dar conta dos desafios e se sente muito feliz com essa nova fase da vida. Ela revela que, após ter superado o câncer e outros problemas de saúde, encara tudo com mais otimismo.

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“Antes, eu não tinha motivação para conquistar uma vida estável. Hoje tenho mais sonhos a realizar e muita coisa para agradecer, além de ter um filho que depende muito de mim e me inspira a ser melhor todos os dias. Tem coisa melhor do que a vida?”, reflete.

Mudança de hábitos
 
Ela conta que largou alguns hábitos que tinha antes do câncer. Ela enxerga, por exemplo, que não é mais obcecada por cuidados com o corpo como era antigamente. Por não ser mais atleta, seu planejamento de exercícios é menos pesado.

“Muita coisa muda depois de vencer uma doença tão grave quanto o câncer. Agora tenho mais responsabilidades com minha saúde”, destaca. 

“Pensava que o corpo era tudo. Atualmente, cuido do corpo sim, mas sem neuras. Antes do câncer, meu físico era muito forte porque eu competia e tinha uma sede de ganhar sem limites. Agora, meu corpo é mais harmonioso. Como o que gosto quando quero sem estar paranoica e realmente vivo minha vida de forma saudável. Cuido pela saúde, sabendo que a atividade física também melhora nosso psicológico.”.

Ela separa alguns conselhos para quem está na luta para vencer o câncer e outras doenças delicadas. Para Sol, ter o emocional equilibrado faz toda a diferença durante o tratamento. 

“Ocupe seu tempo com coisas boas e saudáveis que agreguem na sua cura. Leia bons livros, assista a bons filmes, alimente-se bem e pratique exercícios físicos diariamente se conseguir”, orienta. “Além disso, esteja com boas companhias, faça terapia, yoga e cuide sempre de você.”

Ela reforça que os pacientes não devem se entregar à doença, pois a recompensa de superar o câncer vale a pena. A vida melhora após vencer essa batalha, segundo Sol.

“Após passar por algo tão forte, você se torna mais grata pelas coisas simples da vida e acaba revendo o que é prioridade ou não. Vencer o câncer é nascer de novo sob outra perspectiva”, acrescenta.