Você sabia? Os relacionamentos sociais saudáveis são fundamentais para uma boa qualidade de vida
Na coluna desta semana, Carolina Pimentel fala sobre um dos pilares da Medicina do Estilo de Vida: a importância dos relacionamentos sociais saudáveis
Na coluna desta semana, Carolina Pimentel fala sobre um dos pilares da Medicina do Estilo de Vida: a importância dos relacionamentos sociais saudáveis
Você já se imaginou saindo do médico com a prescrição: “Interagir com um grupo de pessoas com os mesmos interesses que você pelo menos 3 vezes na semana, por 60 dias”? Tão importante quanto comer 5 porções de frutas e hortaliças diariamente, os relacionamentos sociais saudáveis também podem reduzir o risco de mortalidade e doenças do coração, por isso, são recomendados por profissionais que praticam a Medicina do Estilo de Vida.
Os pilares do estilo de vida são entendidos como alvos terapêuticos para torná-los mais saudáveis e promover uma sensação de bem-estar. Assim como a alimentação, o sono e a prática de exercícios, os relacionamentos também devem ser avaliados, orientados e prescritos.
Vamos refletir sobre relações sociais e de saúde: a maneira como nos relacionamos pode interferir em nossa saúde física e mental. Entender como a família, amigos, colegas de trabalho ou outros grupos sociais podem nos provocar emoções como alegria, tristeza, melancolia, amor e ódio é por onde devemos começar a nossa parte.
Essas emoções, dependendo da intensidade, podem ser saudáveis ou não. Compreender como as afinidades afetivas e os padrões sociais podem nos causar sofrimento psíquico é a chave para manejá-lo.
Pegamos como exemplo a Índia, país onde o matrimônio arranjado é a forma mais tradicional. Os laços sociais e a família são o centro do social. Os jovens não são livres para fazer essa escolha e devem se submeter ao desejo e vontade familiar. Uma pesquisa realizada em Nova Dehli apontou que esse fato causava aos indianos adolescentes tensão em defender escolhas autônomas. Mais de 90% dos casamentos arranjados causam anseio em se casar por amor. A idade para casar também é outra pressão vivida por esse grupo. A pesquisa conclui que o padrão social e cultural podem causar sofrimentos emocionais.
Mas, como prevenir e tratar sofrimentos causados pela globalização dos fatos da vida? Os entendidos no assunto são unânimes em afirmar que devemos usar as vias cientificas e as vias espirituais para restabelecermos a sensação de pertencimento.
No Ocidente, por outro lado, o sofrimento emocional que leva muitos aos consultórios médicos, psicológicos e psicanalíticos nos dias de hoje é a ideia de nos bastarmos a nós mesmos. Então, nossas escolhas e o autocuidado deveriam, por si, levar a autorrealização. Só que não…
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A necessidade de pertencer e se conectar socialmente é humana e fundamental e nos dá a sensação de pertencimento. A presença de uma conexão leva a sensação positiva de bem-estar emocional e físico. A falta ou insuficiência dessas pode fazer com que os indivíduos se sintam solitários e/ou isolados e acabam por desenvolver uma série de consequências negativas.
Por outro lado, solidão não é estar sozinho, é sentir-se só, porque a presença do outro não é significante ou confiável e então, não conseguimos interagir e trabalhar.
Esses “sintomas” das relações sociais mostram que algo não está legal e precisamos controlar e reverter, assim como faríamos se o açúcar no sangue estivesse alto. Procuramos um especialista e fazemos a nossa parte, seguindo as recomendações.
As pesquisas dessa área não são animadoras. 40% dos idosos americanos se sentem sós. Em outro estudo, no Reino Unido, 45% dos britânicos entrevistados relataram sentir-se totalmente sozinhos. Na Nova Zelândia, 35% dos que tem mais de 15 anos também declararam solidão.
Só com o conhecimento podemos prevenir e tratar os transtornos da nossa mente. Cuidar dos nossos relacionamentos, assim como do nosso corpo físico, é diminuir o risco para mortalidade, doenças do coração, de Alzheimer, depressão, entre outros. Olha essas dicas para melhorar a interação social!
• Busque atividades com outras pessoas;
• Participe de projetos comunitários;
• Frequente novos ambientes para conhecer pessoas (clubes, associações, etc …);
• Participe de grupos online com o mesmo interesse;
• Pratique atos aleatórios de gentiliza.
Sentir-se próximo a uma pessoa ou grupo, além de se sentir querido e compreendido, forma uma constelação de elementos, uma cadeia de relações sociais saudáveis e interligadas, que impactam a vida, a saúde e o bem-estar das pessoas.
Vamos cuidar de nossas teias e isso nos ajuda a sentir-se bem, conosco mesmo, com consciência mútua e interação social.
Já me sinto conectada a vocês,
Carol.