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Sistema imunológico: nossos “soldados” na luta contra doenças oportunistas

Herpes, micoses e candidíase são algumas das doenças oportunistas, ou seja, que se manifestam a partir do desequilíbrio do sistema imunológico, citadas por Jamar Tejada

Sistema imunológico: nossos "soldados" na luta contra doenças oportunistas
Sistema imunológico: nossos “soldados” na luta contra doenças oportunistas – Freepik

“Menino, coloca um chinelo! Não anda de pés descalços nesse piso frio!”, “Tem que comer espinafre para ficar forte!”, “Come tudo para não ficar doente!”, “Não come isso, tá sujo! Vai pegar vermes!”. Que benção seria de pudéssemos crescer ouvindo esse tipo de alerta e bronca. Isso seria um sinal de que nossa família se preocupa conosco.

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Para mantermos nossa saúde, é sabido que só é possível com um sistema imunológico em equilíbrio. Aquela velha explicação do “exército de defesa” dentro do nosso corpo faz total sentido, afinal, é assim mesmo que acontece. Há uma batalha diária dentro do nosso corpo e quando temos uma baixa significativa dos nossos soldados, o inimigo toma terreno.

Sistema imunológico: o que ocorre quando está em desequilíbrio?

Herpes, micoses e candidíase são as doenças mais comuns que tiram proveito desse desiquilíbrio, por isso, são chamadas doenças oportunistas. Já percebeu que essas doenças sempre aparecem quando você passa por um período difícil?

Fatores como estresse, má alimentação, tristeza, cigarro, consumo de drogas, poluição, privação do sono, exercícios em exagero, temperaturas extremas (muito calor ou muito frio) podem interferir nas barreiras de defesa do nosso corpo.

O problema pode ser agravado pelo fator idade, pois, com o passar do tempo, perdemos nossa força de batalha. A partir dos 50 anos, inicia-se um processo chamado de imunossenescência, o envelhecimento do sistema imunológico. Dessa forma, o indivíduo se torna mais propenso a infecções, doenças autoimunes e até câncer, além da redução da resposta vacinal.

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Nesse período, cresce a importância dos cuidados com vacinação e alimentação, principalmente. Quanto mais velhos, mais cuidados devemos ter com nossos soldados na luta contra protozoários, bactérias, fungos e vírus. Nossa imunidade é composta por um conjunto de células que nos protege contra ameaças externas, como microrganismos e que também, tem a função de combater células anormais produzidas pelo próprio corpo.

Uma coisa é estarmos com nosso sistema imunológico em baixa, seja por fatores externos ou mesmo pela idade, e outra é quando há uma deficiência imunológica, a chamada imunodeficiência, que pode ser primária, ou seja, genética, ou secundária, onde entra o HIV, vírus que ataca nossas defesas. Essas doenças fazem com que a gente fique suscetível às doenças oportunistas.

O desenvolvimento do sistema imunológico

Também devemos saber que nosso sistema imunológico não nasce pronto. Ele se desenvolve e se torna “adulto” por volta dos 10 ou 12 anos. Isso prova porque as crianças estão mais expostas às infecções. Algumas crianças adquirem um sistema imunológico adulto mais cedo, outras, mais tarde, e isso também vai depender de vários pontos como, por exemplo, o tipo de nascimento, se foi por cesárea ou parto normal, ou se a amamentação foi feita com leite materno, se convive com fumantes, se tem contato com a natureza, com a terra, o tipo de alimentação, a exposição a doenças, etc.

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Embora não haja mágica para aumentar nossas células guardiãs, é sabido que o consumo de alimentos saudáveis é bem-vindo, especialmente de frutas, legumes e verduras cruas, que são capazes de suprir as necessidades vitamínicas do corpo.

Ter uma exposição ao sol adequada também é recomendado, pois a vitamina D é essencial para nosso sistema imune. Além disso, garantir as horas de sono necessárias (que variam de pessoa a pessoa), não fumar, não abusar do álcool e – não preciso nem dizer sobre – não consumir drogas ilícitas. É claro que se estressar menos é um dos pontos importantes, mas exigir isso nos tempos de hoje é quase impossível. Então, com as hortaliças, não esqueça de muita oração e meditação!

Como funciona o processo de infecção oportunista?

É natural haver diversas colônias de bactérias, protozoários, fungos e vírus vivendo no corpo humano, tanto que a grande maioria não costuma causar doenças, pois são controlados pelo sistema imunológico, garantindo uma convivência harmoniosa. Temos em cada um de nós um grande universo em particular de todos esses microorganismos, a chamada microbiota, que é única, assim como é única a impressão digital de cada um de nós.

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O problema é quando o sistema imunológico se encontra debilitado, esses mesmos germes têm a proliferação descontrolada e massiva, causando as infecções oportunistas, que podem se tornar difíceis de tratar, podendo levar a quadros letais.

Dois exemplos de infecções oportunistas:

CANDIDÍASE

Trata-se de uma infecção causada pelo fungo Candida albicans, que atinge cerca de 75% das mulheres, e que está presente na pele e nas mucosas bucais e vaginais. Boa parte da população está colonizada por esse microrganismo, o que não é sinônimo de infecção.

Qualquer mudança no pH da vagina ou alteração na flora intestinal pode acarretar a multiplicação do fungo, provocando os sintomas, que são, geralmente, coceira intensa, edema e vermelhidão na vulva e secreção branca e espessa.

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Dentre os fatores de risco da candidíase estão o diabetes, o uso de antibióticos por muito tempo – eles alteram a flora bacteriana normal -, a gestação e o uso de quimioterápicos. O tratamento é à base de cuidados básicos de higiene, antifúngico via oral, creme vaginal e banhos de assento.

HERPES-ZÓSTER

Causada pelo vírus Herpesviridae, o herpes simples tem duas variantes: o tipo 1, que aparece na boca ou na pele, e o tipo 2, mais comum na região genital. Esse tipo de herpes é da mesma família do zóster, porém, de outra espécie.
O herpes-zóster é a manifestação do vírus da varicela, ou catapora, que permanece dormente no organismo desde a infância de quem desenvolveu a doença. Inativo por muitos anos, o vírus permanece alojado nas células nervosas da espinha e da cabeça.

Se fizer exames de sangue, a maioria das pessoas recebe o resultado positivo para herpes. Mas grande parte não vai se manifestar ao longo da vida. Em menor número, ela aparece em algum momento, principalmente entre os idosos.

O Herpes dá os primeiros indícios provocando formigamento, calor e coceira na região afetada. Alguns dias depois, surgem as bolhas na pele em uma faixa extensa de um único lado do corpo. Essas faixas correspondem às células nervosas nas quais o vírus foi ativado. Entre duas e três semanas, as erupções viram crostas, resultando dor intensa, que pode permanecer por anos no paciente.

A contaminação entre pessoas se dá pelo contato pele a pele, mas também ocorre por meio de objetos, como canudos, copos e até mesmo toalhas. Em crianças, pode haver um quadro de estomatite herpética, que são múltiplas aftas na boca. Isso caracteriza a primeira infecção dos pequenos pelo herpes.

Para prevenir esse problema, é fundamental evitar o contato com pessoas com herpes e também a exposição excessiva ao sol sem proteção na área. O tratamento é feito com antivirais prescritos por um médico. Colocar gelo ou mesmo compressas com chá de camomila na região também pode aliviar a dor.

Leia mais sobre herpes na minha coluna sobre este tema CLICANDO AQUI.