Papa Francisco: Cinco frases que explicam sua liderança

O pontífice, que nos deixou aos 88 anos, na manhã desta segunda-feira (21), garantiu um papado de inclusão, consciência e respeito

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Papa Francisco que nos deixou aos 88 anos, na manhã desta segunda-feira (21), garantiu um papado de inclusão, consciência e respeito – depositphotos.com/neneosan

“Deus escolhe pessoas boas em todas as religiões”. Esta é somente uma das falas que mostram como o papado de Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, foi extremamente importante não somente para a população católica, como para o mundo. O pontífice, que nos deixou aos 88 anos, na manhã desta segunda-feira (21), liderou de maneira inclusiva e consciente. Muitos de seus pronunciamentos enfatizam essa afirmação.

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As cinco principais frases do Papa Francisco

Quando foi eleito para o cargo, em 2013, Jorge Mario, um argentino de 76 anos, se tornou o primeiro Papa não europeu em 1.300 anos. O religioso chegou em um momento em que a Igreja Católica se dividia entre conservadores e progressistas. Francisco, no entanto, mostrou que, sob seu comando, o amor a Deus estaria acima das diferenças.

Inclusão

Durante todo o papado, o pontífice fez com que o público LGBTQIA+ se sentisse incluído e respeitado no catolicismo. Em 2015, o líder religioso cumprimentou peregrinos da comunidade. Já em 2023, ele participou de um almoço com 1,2 mil pessoas em vulnerabilidade social, incluindo 44 mulheres trans, e afirmou que elas também eram “filhas de Deus”. No mesmo ano, Francisco autorizou que padres abençoassem casais homoafetivos.

Entretanto, o papa declarou o seu apoio logo após assumir o cargo. Causando repercussão, enquanto retornava de uma viagem ao Brasil, Francisco afirmou: “Se uma pessoa é gay, busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la? O Catecismo da Igreja Católica explica e diz que tais pessoas não devem ser marginalizadas e devem ser integradas à sociedade”. 

A Igreja é para todos

Ao escolher seu nome como pontífice, Jorge Mario já buscou evidenciar outra causa pela qual lutava. Isso porque ele decidiu fazer uma homenagem a Francisco de Assis, fundador da ordem franciscana e um homem que defendia a pobreza. Com esse intuito, o papa fez diferentes pronunciamentos, nos quais reafirmava o seu desejo de transformar a Igreja em um ambiente receptivo para os mais carentes.

Por isso, o religioso ministrava a missa do Dia Mundial dos Pobres todos os anos e fazia questão de pedir que os fiéis voltassem o olhar para essas pessoas. “É a nossa vida impregnada de compaixão e de caridade que se torna sinal da presença do Senhor, sempre próximo do sofrimento dos pobres, para aliviar as suas feridas e mudar a sua sorte. Porque a esperança precisa de cristãos que não se viram para o outro lado e que sintam  a mesma compaixão dele diante dos carentes”, afirmou o Papa durante a cerimônia do ano passado.

Proteção para as crianças

Além da inclusão e da caridade, Francisco impulsionou a injustiça e a proteção para as crianças vítimas de abuso por membros do clero. Em 2019, após formar uma cúpula de quase 200 líderes, o religioso emitiu um decreto que responsabilizava os bispos pelos crimes ou encobrimento destes. Além disso, o papa aboliu o sigilo pontifício, permitindo, assim, que o órgão divulgasse informações dos investigados.

O abuso infantil é uma doença. E precisamos nos esforçar mais para selecionar candidatos que queiram ser padres”, reforçou em uma em uma entrevista para a revista ‘La Civilta Cattolica’. 

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Papa Francisco contra a discriminação

Para Francisco, a sociedade deveria abraçar e apoiar a todos. Com base nesse pretexto, então, o pontífice se mostrou contra a campanha presidencial de Donald Trump, que pretendia construir um muro na fronteira entre os EUA e o México para impedir a chegada de imigrantes. “Quem pensa em construir muros, quaisquer muros, e não em construir pontes, não é cristão. Isso não está nos Evangelhos“, declarou o religioso em 2016.

Contra as guerras

Ademais, o papa almejava acabar com o guerra entre a Rússia e Ucrânia. Desde o início do conflito, Francisco pediu em quase todas as suas aparições públicas por um cessar-fogo. Por isso, ele ainda criticava a campanha militar de Israel em Gaza e fazia apelos pela libertação de reféns de ambos os lados. Diante do cenário preocupante, que resultou em inúmeras mortes, o pontífice prosseguiu alertando sobre o confronto. “Ontem, crianças foram bombardeadas. Isto não é uma guerra. É crueldade”, disse.

Mensagem de Páscoa

Além disso, antes de falecer, o Papa Francisco deixou uma última mensagem para os fiéis. “Não podemos estacionar nosso coração nas ilusões deste mundo nem fechá-lo na tristeza; temos de correr, cheios de alegria”, destacou em uma aparição no Domingo de Páscoa

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 * Texto sob supervisão de Lilian Coelho Maffei