A aluna Dona Naná completou 86 anos e se emocionou ao se deparar com os colegas de classe reunidos para celebrar seu aniversário
Nunca é tarde para realizar seus sonhos! Ignácia de Carvalho do Carmo, mais conhecida como Dona Naná, é prova disso. Aluna mais velha da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro, Naná sonha em ser professora. Aos 86 anos, ela inspira seus colegas de sala. Encantados com a história da senhora, no dia de seu aniversário, lhe deram uma festa surpresa.
Os alunos da 2ª série do curso de Formação de Professores do Colégio Estadual Clodomiro Vasconcelos, localizado na cidade de Itaguaí, na Baixada Fluminense, prepararam, em homenagem à senhora, uma linda festa com direito a bolo, guaraná, docinhos e salgadinhos, além de uma linda decoração e cartões com mensagens emocionantes.
“Posso dizer que estou nas nuvens. É como se eu estivesse anestesiada, de tanta felicidade. Eles conseguiram me enganar direitinho. Tinha muito medo da velhice, mas, se soubesse que seria tão feliz nesta fase, com certeza, ia querer ficar mais velha antes”, contou Dona Naná, que está completando 86 anos, ao portal de notícias G1.
Aos 8 anos de idade, Dona Naná, filha de lavradores, conta que ganhou um pai uma enxada para que pudesse trabalhar. Apesar da paixão por educação, frequentou a escola durante sua juventude por apenas um ano. Aos 17, se casou. Teve um marido a vida inteira. Há 16 anos, seu parceiro faleceu. Hoje, ela decide voltar a estudar e realizar seu grande desejo de ser professora.
“Permaneça nos seus sonhos, lute pelos seus objetivos, seja honesto e leal. Nunca desista. Se você realmente quiser, lute que você vai conseguir realizar”, aconselha a estudante de 86 anos.
Para Dona Naná, não basta ter a chance de estudar no Colégio Estadual Clodomiro Vasconcelos. Ela tem lugar marcado: senta-se, todos os dias, na primeira carteira, atenda ao que o professor diz. “Ano que vem consigo me formar! Se me falassem isso, há um tempo, eu não acreditaria. Só tenho que agradecer a Deus e a todos que colaboram diariamente para que isso possa acontecer”, afirma.
“Ela não perde uma explicação dos nossos futuros colegas de profissão. Ajudamos Dona Naná na didática, e ela ajuda a gente na vida. Estamos aqui para ajudar uns aos outros. Costumo falar que Dona Naná é a nossa mãe, avó, melhor amiga… Sabemos que esse sentimento é recíproco, porque ela fala que somos o xodó dela”, contou ao veículo a aluna Maria Eduarda Inácio, colega de Dona Naná.
