De acordo com a veterinária Maíra Ingrit Gestrich-Frank, o período estimulou as interações sociais entre os felinos e seus tutores; no entanto, também elevou os níveis de ansiedade dos pets
Com a pandemia, nós adquirimos novos costumes e formas de agir. Muitos se habituaram a trabalhar remotamente, usar mascara ou a preferir pelo sossego de casa. Essas mudanças, no entanto, não impactaram somente os seres humanos, mas os animais também. De acordo um estudo, feito pela veterinária Maíra Ingrit Gestrich-Frank, durante o mestrado em Biologia Animal pela UFRGS, o comportamento dos gatos com seus tutores mudou com a crise de coronavírus.
Para chegar à essa conclusão, a pesquisadora analisou, em enfoque no período pré-pandemia, durante e após, os felinos com mais de dois anos e com tutores a partir da maioridade. Esses dados foram coletados em 2023, através de um formulário online, que continha 32 perguntas. O questionário solicitava informações sobre o local em que o animal vivia e seus pertences, como brinquedos e comedouros. Além disso, Maíra obteve detalhes sobre o humor e a maneira que o tratavam.
Desta forma, a veterinária descobriu que aqueles felinos que conviviam mais com o tutor tiveram uma maior interação social positiva, além de um ambiente afetuoso. Ela explica ainda que isso ocorreu porque as pessoas investiram mais em brinquedos e ficaram próximas dos pets. Em contraposição, segundo a especialista, os gatos que estiveram sozinhos apresentaram um menor escore ambiental – elemento responsável por avaliar a qualidade do lar.
No entanto, Ingrit ressalta que o contato constante com humanos também fez com que os animais demonstrassem sinais ansiedade, como lambedura excessiva e alteração no apetite. Outro ponto é a saúde física dos gatos. De acordo com a veterinária, aqueles que passearam ou tiveram acesso à área externa indicaram menor propensão à obesidade.
Em entrevista ao ‘Canal Pet‘, a profissional deu algumas dicas de como garantir a saúde e o conforto do seu pet. Segundo Maíra, é importante manter uma rotina. “Pequenos hábitos, como oferecer um petisco antes de sair de casa ou brincar sempre nos mesmos horários”, apontou. Ela também recomenda evitar punições e posicionar a comida em um local mais silencioso.
*Texto feito sob supervisão de Helena Gomes
