Um bebê pode ser filho biológico de duas mães? Entenda procedimento realizado por Brunna e Ludmilla
Saiba como funciona a gestação compartilhada, adotada por Brunna Gonçalves e Ludmilla

Saiba como funciona a gestação compartilhada, adotada por Brunna Gonçalves e Ludmilla
A cantora Ludmilla e sua esposa, a dançarina Brunna Gonçalves, celebraram o nascimento da pequena Zuri. A pequena nasceu no dia 14 de maio de 2025, em Miami, Estados Unidos. Nas redes sociais, o casal compartilhou a notícia com entusiasmo, destacando como a chegada da primeira filha multiplicou o amor entre elas.
Para realizar o sonho da maternidade, Ludmilla e Brunna optaram pelo método ROPA (Recepção de Óvulos da Parceira). Trata-se de uma técnica de FIV (Fertilização in Vitro) que permite a participação ativa de ambas as parceiras no processo reprodutivo. Neste procedimento, fertilizam os óvulos de uma das mulheres com o sêmen de um doador anônimo em laboratório, e implementa-se o embrião resultante no útero da outra parceira. No caso delas, Ludmilla forneceu os óvulos e Brunna gestou a filha.
Em entrevista à CNN, o ginecologista e obstetra, Fernando Prado, especialista em reprodução humana, destaca em quais casos o procedimento é indicado: por escolha do casal ou indicação médica.
O processo de fertilização envolve diversas etapas, como: estimulação do ovário, coleta de óvulos, fertilização e transferência embrionária de volta para o ovário. O tempo total do processo pode variar, mas geralmente, leva algumas semanas. Não se garante a gravidez durante o procedimento, mas a taxa de sucesso no procedimento é grande – chegando a 85%.
De acordo com o especialista, o método ROPA garante que o bebê tenha a carga genética da mãe que doou os óvulos. É possível realizar alterações genéticas para que a criança tenha o DNA de ambas.
“Mas se fizermos um teste de DNA, ele vai dar 99,9% compatível com a mãe que fornecer os óvulos, porque a epigenética está mais relacionada com as características de personalidade, dom artístico, gosto por algum tipo de alimento e, até mesmo, traços físicos, mas não pode ser detectado em um teste de DNA”, destacou Fernando.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina na Lei nº 2294/2021, determina-se que, ainda que o bebê tenha a herança genética de apenas uma das mães, ele é considerado filho biológico de ambas. A lei se aplica para gestações compartilhadas ou não.