Cientistas descobrem mutação genética que faz pessoas dormirem menos
De acordo com novos estudos, algumas pessoas necessitam de menos horas de sono; questão é explicada por uma mutação genética

De acordo com novos estudos, algumas pessoas necessitam de menos horas de sono; questão é explicada por uma mutação genética
Uma pessoa necessita de quantas horas de sono por noite? Essa é uma pergunta relativa, pois a necessidade de cada um pode variar de acordo com a idade, estilo de vida e até fatores genéticos. Embora a medicina considere seis horas de sono o mínimo para manter a saúde, há quem descanse apenas quatro horas sem consequências negativas.
Pesquisadores chineses identificaram, recentemente, uma mutação genética que pode explicar a capacidade de certas pessoas viverem bem com menos sono. Descobriram a alteração SIK3-N783Y, após a análise do DNA de uma mulher de 70 anos, ativa, que relatava dormir apenas três horas por noite.
Depois do estudo, cientistas encontraram uma mutação genética na proteína SIK3, associada à regulação do sono. A alteração interfere na função de fosforilação, um processo fundamental para as células do corpo. Desta forma, acontece uma redução na necessidade de sono, sem comprometer a saúde.
Publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, a pesquisa explicou que a mutação foi introduzida em camundongos de laboratório para comprovar a hipótese. Os animais geneticamente modificados dormiram, em média, 30 minutos a menos do que os demais, sem apresentar alterações fisiológicas negativas.
Compreender a base genética desses padrões pode levar, no futuro, ao desenvolvimento de terapias para melhorar a qualidade do sono de pessoas que sofrem com distúrbios, como insônia ou privação crônica.
Destaca-se que dormir pouco naturalmente não é o mesmo que sofrer privação de sono. Durante o descanso, o corpo realiza processos vitais para a saúde, como a reparação celular, equilíbrio hormonal e conexões neurais. Dormir pouco sem necessidade pode trazer sérios riscos à saúde, como aumento das chances de desenvolver doenças cardíacas, diabetes, obesidade e depressão.
Por isso, para a maioria da população, manter uma rotina de sono adequada ainda é essencial — mesmo que algumas poucas pessoas sejam, de fato, exceções genéticas.