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”Metade Namastê, metade quero nem saber”: Somos um grande equilíbrio, porque a vida perfeita é utopia

Na coluna desta semana, Marina Repetto reflete sobre sua trajetória de autoconhecimento e espiritualidade e garante: “Paz não significa ausência de conflitos, mas sim que eles deixam de controlar a minha vida”

“Paz não significa ausência de conflitos, mas sim que eles deixam de controlar a minha vida” – Marina Repetto – Freepik

Como boa praticante de Ho’oponopono, onde busco me aprofundar no processo de autoconhecimento, posso dizer que essa jornada não é apenas fácil e prazerosa. A vida é sobre aprender a navegar conforme o mar entendendo que as grandes ondas nos convidam a mergulhar. A calmaria está nas profundezas.

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A nossa passagem terrena é uma grande aventura. Passamos pelas mais diversas situações para podermos evoluir e aprender um pouco mais sobre o amor. Eu vejo essa passagem como uma grande escola. E o processo de autoconhecimento nos permite reconhecer o que não somos, para podermos caminhar em direção à nossa verdade mais profunda. É como limpar os óculos e começar a enxergar a realidade como ela é.

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A maneira como percebemos a realidade é muito distorcida porque vivemos carregados de memórias, traumas e dores do passado. Dessa maneira, vemos as coisas por essa perspectiva e estamos constantemente revivendo o que ainda existe dentro de nós. Chegar mais próximo de quem somos de verdade clareia a nossa visão em relação a todas as coisas, enxergando com transparência o que se manifesta em cada momento.

Sabe o ar que respiramos e quase podemos pegar? A comida gostosa e a sensação de felicidade que ela traz? E aquela luz do luar que parece iluminar o mundo todo? Esses são os pequenos milagres que às vezes deixamos passar na correria das nossas rotinas.

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Nós sempre vamos ter um motivo para nos estressar e para nos incomodar com algo, por isso não adianta ficarmos esperando a felicidade imaginária. “Eu vou ser feliz quando…”, “Só vou ser feliz no dia que…”. Sei que você já pensou assim, porque eu também. É normal essa autossabotagem. Não é ser feliz quando, é ser feliz enquanto. Até porque passamos muito mais tempo na caminhada do que no destino final. O entendimento que a vida é o próprio caminho muda tudo.

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Com essa clareza, passei a aceitar que as turbulências fazem parte desta grande experiência. Muitas pessoas apenas conhecem o meu lado espiritual e, muito por causa disso, acabam acreditando que eu tenho apenas esse lado e que estou sempre em paz. E eu costumo dizer que paz não significa ausência de conflitos, mas sim que eles deixam de controlar a minha vida. Existem, estão ali, mas os meus problemas não definem quem eu sou.

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Confesso que já ouvi muito que esse sentimento de estar “sem paciência” não tem nada a ver comigo e todas às vezes fico pensando o quanto as redes sociais são apenas um pedaço da nossa vida. Precisamos entender que pessoas públicas mostram apenas o que elas querem nas redes sociais e isso não significa que elas não têm o que elas compartilham ou que seja algo criado para criar uma imagem. Com toda a certeza, assuntos como o de autoconhecimento, espiritualidade e paz interior fazem super parte da minha vida, mas existe todo um outro lado meu, porque ninguém é uma coisa só.

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Tem dias que ficam tão chatos que eu penso: “Nossa, Marina, nem você está se aguentando”. E eu falo disso rindo com vontade, pensando se eu rio, se eu choro, mas é bom falar sobre esse lado da vida também, sabe? Para não ficarmos na utopia de vida perfeita, porque sabemos que ela não existe. O bom é lembrar que passa.

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Inspira, expira e lembra que vai passar. É aquele famoso: “Metade Namastê, metade quero nem saber”.