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Relembre a história da menina que sobreviveu a “dois partos”; médico nigeriano foi o responsável pela operação – Foto: Texas Children’s Hospital

Já imaginou nascer duas vezes? Ou melhor, já imaginou ser mãe e dar à luz duas vezes à mesma criança?

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Foi isso que aconteceu com Margaret Boemer. No ano de 2015, a mulher descobriu que estava grávida de gêmeos. Infelizmente, ela sofreu um aborto espontâneo, porém, um de seus bebês conseguiu sobreviver.

Com apenas 10 semanas de gestação, Margaret e seu marido descobriram que teriam uma garotinha. Para a BBC News, a mulher grávida contou sobre sua experiência como mãe. “Fiquei bem feliz. Já tinha duas meninas. Mais uma seria divertido”, falou. Em homenagem à avó da criança, o nome escolhido foi Lynlee.

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O que a família não sabia era que, mesmo após o aborto, outra notícia ruim estaria por vir. Durante um ultrassom, os médicos descobriram um teratoma sacrococcígeo, ou seja, um tipo de tumor raro de causa desconhecida que ocorre em uma 1 a cada 35 mil gestações, crescendo na sua coluna, na região do cóccix

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“O médico disse que era sério, porque o tumor já podia ser visto com apenas 16 semanas de gestação. Normalmente ele só é identificado mais tarde ou depois de o bebê nascer […] Como era muito grande, fomos aconselhados a abortar”, disse Margaret.

Pesquisando na internet sobre o assunto, o casal descobriu uma alternativa, porém, nada simples: uma cirurgia fetal. Para isso, o bebê precisaria ser tirado do útero para que o tumor pudesse ser removido. Em seguida, o feto seria colocado de volta e a gestação seguiria até o fim. Margaret contou a BBC que apenas quatro hospitais nos Estados Unidos seriam capazes de realizar esse procedimento, sendo um deles o Hospital Infantil do Texas, estado onde a família reside.

Foi ali que o casal entrou em contato com o médico nigeriano Oluyinka Olutoye, especialista em cirurgia fetal. Segundo o médico, Lynlee tinha 50% de chances de sobreviver. “Sem uma intervenção, ela provavelmente morreria […] Esse tipo de procedimento é sempre arriscado, porque você opera duas pessoas ao mesmo tempo, e pode perder ambas”, contou o profissional.

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Segundo Oluyinka, o bebê, que tinha apenas 16 semanas, era um feto ainda é muito gelatinoso, o que tornaria o procedimento ainda mais delicado. Por isso, o ideal seria esperar Lynlee crescer um pouco mais para suportar a operação. Porém, ao mesmo tempo que a menina crescia, o tumor aumentava de tamanho.

Com 23 semanas, Margaret foi submetida a operação de risco. Na sala de cirurgia, 20 médicos a aguardavam. Foi feita uma incisão em seu abdômen e usado um ultrassom para que evitar que a placenta fosse lesionada. De qualquer maneira, a parte inferior do corpo de Lynlee, que tinha apenas 11 cm e pesava 530 gramas, foi exposta para que o tumor pudesse ser removido.

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Por fim, a operação foi um sucesso! “Foi um privilégio e uma honra estar envolvido em algo que as pessoas nem sabem que é possível […] Mas, em casos assim, as mães é que são as verdadeiras heroínas, porque colocam seu corpo em risco em nome de suas crianças”, disse Oluyinka Olutoye.

Margaret ficou em repouso pelo restante da gestação. Foi em 6 de junho de 2016 que a heroína deu à luz a pequena Lynlee , que nasceu com 36 semanas e 5 dias em uma cesariana.

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