Cardeal brasileiro quase se tornou Papa; entenda

Dom Aloísio Lorscheider, o arcebispo de Fortaleza, foi o primeiro a receber dois terços dos votos necessários para assumir o cargo

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Dom Aloísio Lorscheider, o arcebispo de Fortaleza, foi o primeiro a receber dois terços dos votos necessários para se tornar Papa – Reprodução/Youtube

Desde 1268, a Igreja Católica nomeia um Papa, o maior cargo da instituição, através do Conclave. Ao longo dos séculos, essa votação, elegeu, em sua maioria, pontífices europeus. Em 2013, Francisco se tornou o primeiro líder religioso latino-americano. No entanto, o que poucos sabem é que esse feito poderia ter sido de um brasileiro.

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Quase tivemos um Papa

Com a morte repentina de João Paulo I, 33 dias após o início do papado, os cardeais receberam a notícia de que teriam que se reunir novamente para encontrar um novo pontífice. Dentre os líderes religiosos presentes, estava Dom Aloísio Lorscheider, o arcebispo de Fortaleza. Aquela seria a segunda vez que ele participaria do Conclave.

Entretanto, diferente da primeira decisão de 1978, nesta, o brasileiro ganhou destaque. Isso porque ele recebeu dois terços dos votos necessários e chegou perto de se tornar o próximo Papa, mas recusou o cargo. Na época, Lorscheider afirmou que suas condições de saúde não estavam adequadas. De acordo com o especialista Frei Betto, em um artigo recente, o cardeal tinha oito pontes de safena.

Após sua recusa, o Conclave elegeu João Paulo II, que teve um dos papados mais longos da história, com 26 anos, 5 meses e 18 dias. Um ponto de destaque para o profissional, no entanto, é o fato do pontífice ter falecido dois anos antes do brasileiro, que morreu no dia 23 de dezembro de 2007, em Porto Alegre, aos 83 anos.

Feitos do cardeal

Com o fim da eleição, Lorscheider retornou para a Arquidiocese de Fortaleza, onde criou onze novas paróquias. O religioso ainda atuou ao lado de instituições, como Secretariado para a União dos Cristãos, Cáritas Internacional e Congregação para os Bispos e Congregação para o Clero, da Cúria Romana

Além de dedicar sua vida à Igreja, o arcebispo defendeu a redemocratização do Brasil e os direitos dos mais vulneráveis. Ele também pedia pelo fim das torturas durante a ditadura militar, bem como a redução dos conflitos por terras no Ceará. Em 1995, se tornou arcebispo de Aparecida, onde permaneceu até se aposentar cinco anos depois.

 * Sob supervisão de Lilian Coelho Maffei 

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