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O que as gestantes precisam saber sobre saúde mental durante e após a gravidez?

A saúde mental descontrolada durante a gravidez ou após o parto pode resultar em problemas de saúde adicionais para a mãe e o bebê

O que as gestantes precisam saber sobre saúde mental durante e após a gravidez?
O que as gestantes precisam saber sobre saúde mental durante e após a gravidez? – Foto de Yan Krukov no Pexels

Além da alegria de ter um bebê, as gestantes precisam se atentar à saúde mental. Embora até metade das novas mães possam experimentar pelo menos sintomas depressivos menores, especialistas dizem que a condição ainda não é devidamente diagnosticada e tratada, aumentando o risco de problemas cardíacos e outros problemas de saúde para mãe e filho.

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Saúde mental na gravidez e no pós-parto

“É um período em que as mulheres se sentem ainda mais envergonhadas, porque acham que não deveriam estar deprimidas, deveriam se sentir felizes”, explica o Dr. Fernando Prado, médico ginecologista e especialista em Reprodução Humana.

Episódios depressivos maiores durante a gravidez e no primeiro ano após o nascimento, conhecidos como período perinatal, são comuns, afetando até 1 em cada quatro mulheres. “A principal causa da depressão pós-parto é o enorme desequilíbrio de hormônios em decorrência do término da gravidez. Mas dentre os hábitos que também influenciam no aparecimento desta doença, estão: a privação do sono, o isolamento, a alimentação inadequada, o sedentarismo e a ansiedade, estresse e a própria depressão”.

Mais da metade dessas mulheres não são diagnosticadas e 85% não são tratadas, o que pode levar a complicações durante a gravidez, o parto e no período pós-natal. Nos casos mais graves, a depressão perinatal pode aumentar o risco de a mãe pôr fim à própria vida ou à do filho.

“A depressão que pode começar durante a gravidez e se estender pelo período pós-parto ainda pode fazer com que a mãe interaja menos com a criança. Sintomas como irritabilidade, choro frequente, sentimentos de desamparo e desesperança, diminuição da energia e motivação, desinteresse sexual, transtornos alimentares e do sono, ansiedade e sentimentos de incapacidade de lidar com situações novas são emocionalmente potencializados”, diz o especialista. Mas mesmo casos mais leves de depressão e ansiedade não devem ser ignorados!

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“A saúde mental de uma mãe pode afetar seu coração e outras saúdes físicas – bem como o bem-estar de toda a família – durante a gravidez e além”, diz o médico. Estudos dizem que mulheres que sofrem de depressão pós-parto podem ter quase 70% mais chances de desenvolver doenças cardiovasculares dentro de cinco anos após o parto.

Quando surgem problemas, famílias e amigos devem reconhecer que isso é realmente comum e que há recursos disponíveis. “Ser gentil com o ente querido que está passando por isso é fundamental”. Embora possa ser difícil distinguir entre o estresse e a exaustão que acompanham essa grande mudança de vida, há sinais que sinalizam que é necessária maior atenção.

“Há muitas mudanças às quais as pessoas estão se adaptando. Mas essas mudanças estão atrapalhando a pessoa a desfrutar das coisas que normalmente faria? Haverá altos e baixos de emoções e esperamos isso, mas se alguém está ficando preso, ou parece não ter emoção, ou está sempre em estado de alerta máximo ou chorando o tempo todo, essas são coisas a serem observadas”, diz o médico.

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O autocuidado é uma ferramenta importante. “A medicação e a psicoterapia podem ajudar, mas também há coisas mais simples. Faça uma caminhada com o bebê ao ar livre no período da manhã – quando o sol ainda não está forte, alimente-se de forma saudável, faça algo que goste com os amigos, faça ioga ou se exercite. Meditação é algo excelente também. Todas as coisas que as pessoas sabem que são boas para elas lidarem com a ansiedade e depressão em outros momentos também são boas durante a gravidez e após o parto. E não hesite em procurar ajuda profissional”, finaliza o médico.