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Tire suas dúvidas: é possível engravidar com baixa reserva ovariana?

Conversamos com médico especialista para entender mais sobre o conceito de reserva ovariana e de que forma ele interfere no sucesso da gravidez

Tire suas dúvidas: é possível engravidar com baixa reserva ovariana?
Tire suas dúvidas: é possível engravidar com baixa reserva ovariana? – Freepik/@tirachardz

À medida que os tratamentos de reprodução assistida ganham mais destaque nacionalmente, esbarramos em temas que são correlacionados à saúde reprodutiva. Um deles é reserva ovariana, um conceito que faz muitas mulheres ficarem preocupadas.

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“A reserva ovariana reflete o estoque de óvulos da mulher. Então quanto maior é a reserva ovariana, mais estoque de óvulos ela tem. Isso significa que ela vai demorar mais tempo para chegar na menopausa, que é quando todo esse estoque se esgota, e também que essa mulher vai ter mais óvulos se fizer algum tratamento para engravidar e, consequentemente, com a qualidade dos óvulos, teremos mais chance de gravidez também”, explica o Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana. O especialista explica melhor o conceito que está ligado à fertilidade:

Tire suas dúvidas: é possível engravidar com baixa reserva ovariana?

1) A reserva ovariana diminui com a idade?

Sim, a reserva ovariana diminui com a idade. O maior estoque de óvulos que a mulher tem é ainda quando ela está na barriga da mãe dela, na gravidez, por volta da metade da gestação, com 20 semanas. Esse estoque de óvulos é por volta de 7 milhões de folículos (ou óvulos) nessa época. Quando a menina nasce, essa quantidade já reduz bastante, ficando aproximadamente em 2 milhões de folículos primordiais ou de óvulos. E aí continua caindo mais ainda.

2) Mulheres jovens, com menos de 30 anos, também podem sofrer com baixa reserva ovariana?

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A reserva ovariana pode ser alta ou baixa em qualquer época da vida e existem alguns fatores que influenciam. O primeiro é a questão genética. Existem mulheres que já nascem com estoque mais alto, geralmente são aquelas que têm ovário policístico, e também têm o contrário, mulheres que nascem com o estoque mais baixo, são aquelas que têm um histórico familiar de mãe, tia, irmã que entraram na menopausa mais cedo. Mas não é só a questão genética, há também a questão ambiental. Algumas substâncias, alguns medicamentos, exposição à radiação, qualidade de vida, tudo isso pode reduzir o estoque de óvulos e até mesmo mulheres abaixo de 30 anos podem ter uma baixa reserva ovariana.

3) Por que isso acontece?

Acontece por várias causas, desde a questão genética que a pessoa já nasce com estoque mais baixo, mas principalmente o que a gente observa são as questões ambientais e isso tem muito a ver com o estilo de vida que levamos hoje, quando há muito consumo de comida industrializada, muita exposição ambiental, além de influência da exposição à radiação, ao micro-ondas, medicamentos, comida estragada, o próprio envelhecimento, tudo isso vai afetando a qualidade dos óvulos. A radiação é algo bastante importante, o próprio raio-x ou em casos extremos que vemos pelo mundo, mas que acontecem eventualmente (como em questão de usinas nucleares), também podem afetar muito o estoque de óvulos.

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4) É possível engravidar com baixa reserva ovariana?

É possível. Como em uma gravidez natural, em que só precisamos de um óvulo para chegar na gravidez. É lógico que é uma questão estatística: quanto mais óvulo, mais chance de encontrarmos óvulos bons no meio destes, então a qualidade também é encontrada no meio da quantidade. Mas, em tese, basta um óvulo bom. Então mulheres com baixas reservas podem sim engravidar desde que esses óvulos tenham uma qualidade alta e isso está muito mais relacionado à idade da mulher do que o número de óvulos. Mulheres com menos de 40, especialmente com menos de 35 anos, mesmo tendo uma baixa reserva, têm uma grande chance de engravidar.

5) É necessário utilizar métodos de reprodução assistida?

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Não necessariamente é preciso reprodução assistida para engravidar nesses casos. Mas como o estoque de óvulos não é tão grande, a gente não recomenda que a mulher espere muito tempo nessas tentativas naturais. Se ela tem menos de 40 anos e não está conseguindo engravidar de seis meses a um ano, já é uma boa ideia ela procurar um tratamento. Agora se a mulher tem mais de 40 anos, ela não deve esperar nada, já deve pensar num tratamento de reprodução assistida para poder chegar logo na gravidez.

6) O que deve ser feito nesses casos?

Fazemos uma avaliação principalmente desse estoque de óvulos com essas duas medidas citadas, o hormônio anti-mülleriano e o ultrassom com contagem de folículos antrais, e a partir daí o médico determina qual o melhor protocolo de indução da ovulação para estimulação ovariana, e partir para fertilização in vitro. Se for uma tentativa natural, é preciso avaliar, pelo espermograma, se o sêmen do marido é normal, se eles conseguem engravidar naturalmente, se não há nenhum problema masculino, e também se a mulher não tem nenhum problema nas trompas, porque não adianta ter um sêmen bom e um óvulo de boa qualidade se não vai acontecer a fertilização naturalmente. Então sempre deve ser necessário uma avaliação médica para saber qual a melhor alternativa, se é partir logo para um tratamento de reprodução assistida ou se é possível aguardar para uma gravidez natural.

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