O afastamento do ator Miguel Falabella de sua peça em São Paulo, devido a uma hérnia de disco, volta a colocar os holofotes sobre essa condição. Ela ocorre quando um dos discos intervertebrais da coluna – estruturas que funcionam como amortecedores – se rompe ou se desloca, fazendo com que seu conteúdo gelatinoso pressione os nervos. Por isso, causa dor intensa, formigamento, perda de força muscular e limitação de movimentos.
Frequentemente, o problema aparece na lombar ou na região cervical e pode irradiar sintomas para outras partes do corpo, como pernas ou braços. O diagnóstico é clínico, complementado por exames de imagem, e em 97% dos casos, não há necessidade de cirurgia. “A fisioterapia especializada, aliada a orientações posturais, alimentação adequada, hidratação e à redução de fatores inflamatórios, costumam ser suficientes para aliviar os sintomas”, explica o fisioterapeuta Dr. André Pêgas, da rede Doutor Hérnia.
Ademais, segundo o ortopedista Dr. Laudelino Risso, fatores como má postura prolongada, sedentarismo, predisposição genética, excesso de peso e estresse contribuem para o surgimento da hérnia. No entanto, apenas 3% dos pacientes precisarão de intervenção cirúrgica, geralmente, em casos graves de compressão neurológica.
Hérnia de Disco
Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas revelam que mais de 5,4 milhões de brasileiros convivem diariamente com hérnias de disco. Mas, o que nem todo mundo sabe é que, em até 97% dos casos dessa doença, é possível recorrer a um
tratamento não cirúrgico, por meio de fisioterapia e cuidados individualizados.
Considerada como uma condição multifatorial, existem várias causas para o seu surgimento. Segundo Pêgas, algumas delas podem ser ergonômicas, como manter uma postura inadequada enquanto se está sentado, deitar frequentemente em sofás em vez de camas, ficar de pé por longos períodos, entre outros
hábitos.
“Há também fatores genéticos que influenciam, uma vez que algumas pessoas possuem discos vertebrais mais frágeis e suscetíveis do que outras”, afirma. Outros motivos relacionados incluem a baixa ingestão de
água ao longo do dia, o consumo de alimentos inflamatórios e o alto nível de estresse. Esses fatores, por conseguinte, tornam o processo de cicatrização do organismo mais lento.
O que há por trás da hérnia?
Essa
doença afeta os discos intervertebrais localizados na coluna. Eles funcionam como amortecedores para evitar desgastes internos, e em seus interiores, existe uma espécie de recheio gelatinoso. Quando ocorre uma hérnia, os discos acabam se machucando e rasgando, o que permite que o componente saia e pressione os nervos, gerando as dores e os sintomas relacionados.
Comumente, a condição pode aparecer na região do pescoço ou da lombar. Ela causa dores, rigidez, formigamento e perda de força no local, podendo até mesmo irradiar esses
sintomas para outras partes do corpo, como braços e pernas. Para diagnosticar a hérnia de disco, o especialista explica que se inicia com avaliações e anamnese.
“Depois, ocorrem exames para saber se o paciente possui histórico familiar ou propensão a ter essa condição. Dependendo da gravidade da doença, exames de imagem podem ser solicitados”, conta.
Cirurgia é sempre necessária?
Diferentemente do que muitos acreditam, existem vários tratamentos não cirúrgicos para quem tem hérnia de disco.
“A cirurgia só irá ser indicada quando o paciente tiver sintomas como paralisia dos movimentos dos pés ou mãos, amortecimento do períneo, que é a região embaixo da cintura, decorrentes de uma compressão medular. Mas isso corresponde a somente 3% dos casos”, ressalta.
Além disso, mais do que tratar a doença, é importante prevenir que ela surja ou se agrave. Para isso, é fundamental seguir as orientações dos profissionais de saúde, evitar acidentes como escorregões, quedas e traumas. Ademais, busque não sobrecarregar a região afetada com movimentos físicos bruscos. Profissionais também indicam seguir hábitos saudáveis, como uma
alimentação equilibrada, hidratação diária e atividades físicas.
“A postura também é importante. Ficar de pé, sentado ou deitado da maneira correta, em um colchão adequado, pode ajudar na prevenção. Exercícios que fortalecem a musculatura, como pilates, hidroginástica e treinos funcionais também são indicados”, aponta.